FRUSTRAÇÃO POPULAR: A UNITA e a grande chance desperdiçada nas eleições
Em Luanda, cidadãos expressam ´frustração´ com a UNITA, que, apesar do apoio maciço nas últimas eleições, não teve coragem, audácia, nem estratégias para contrapor o MPLA, acusado de manipular os resultados.

Registro autoral da fotografia
A União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) perdeu uma grande oportunidade nas eleições passadas, segundo a opinião pública, em Luanda. A PONTUAL conduziu hoje uma ronda pelas principais artérias da cidade, onde diversos cidadãos manifestaram a sua decepção com o partido.
“A UNITA nunca mais será Governo, podem esquecer”, comentou um estudante de Ciências da Comunicação. Outros afirmam que apenas uma nova força política será capaz de remover o MPLA do poder, já que a UNITA, desde 1992, apenas reclama de fraudes sem tomar acções concretas.
Alguns cidadãos vão mais longe, acusando a UNITA de conformismo e de acreditar que aumentar o número de deputados é suficiente. Se tivessem vontade e estratégias, já deveriam ter removido o MPLA do poder.
Adalberto Costa Júnior e a UNITA tiveram apoio total dos cidadãos, mas não souberam aproveitar. A desilusão é palpável, exacerbada pelas palavras frequentes do presidente da UNITA nas vésperas das eleições: “vocês votam só, o resto deixam connosco”.
Nas eleições gerais de 2022, a UNITA, sob a liderança de Adalberto Costa Júnior, conseguiu um significativo aumento de votos, alcançando cerca de 44% do total, comparado aos 38% obtidos em 2017. Este foi um momento histórico, marcando o melhor desempenho do partido desde o fim da guerra civil. Contudo, apesar do crescimento, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) manteve-se no poder com 51% dos votos, um resultado que muitos cidadãos acreditam ter sido manipulado.
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e os tribunais angolanos, porém, validaram os resultados, desconsiderando as queixas de irregularidades apresentadas pela UNITA. Este facto aumentou a desconfiança dos eleitores na eficácia da UNITA em lutar contra o alegado domínio do MPLA.
Contexto Histórico
Desde as primeiras eleições multipartidárias em 1992, a UNITA tem se posicionado como a principal força de oposição ao MPLA. No entanto, os resultados eleitorais têm consistentemente favorecido o MPLA, que governa Angola desde a independência do país em 1975. A longa história de alegações de fraudes eleitorais e a falta de reacção estratégica robusta por parte da UNITA têm minado a confiança dos eleitores.

Vozes dos Cidadãos
A população de Luanda, que nas últimas eleições demonstrou um apoio incondicional à UNITA, agora sente-se traída e sem esperança. “O MPLA soube jogar as suas cartas, enquanto a UNITA pareceu estar sempre um passo atrás,” afirmou uma vendedora ambulante no bairro da Maianga. Outro cidadão, residente em Viana, expressou a sua frustração: “Chegámos a acreditar que a mudança era possível, mas a falta de ação da UNITA fez-nos perder essa esperança.”
Para muitos, a solução parece residir numa nova força política que possa unir os descontentes e oferecer uma alternativa real ao MPLA. Enquanto isso, a UNITA enfrenta o desafio de reconquistar a confiança dos eleitores e demonstrar que pode, de facto, ser uma força capaz de liderar Angola.
Futuro da Oposição
Com a decepção generalizada, a oposição em Angola encontra-se num momento crítico. A capacidade da UNITA de se reorganizar e de traçar novas estratégias será determinante para o futuro político do país. Adalberto Costa Júnior e sua equipa enfrentam agora a difícil tarefa de revitalizar o partido e reengajar a base eleitoral que outrora acreditou na mudança.
A pressão está sobre a UNITA para provar que pode transcender as críticas e emergir como uma força política verdadeiramente capaz de desafiar o status quo.
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