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Eleições contestadas nos Camarões provocam onda de violência, opositor refugia-se na Gâmbia

Issa Tchiroma Bakary, líder da oposição nos Camarões, encontrou refúgio na Gâmbia, após a contestada eleição de 12 de Outubro que confirmou a vitória do veterano Paul Biya, no poder desde 1982. O anúncio da sua chegada a Banjul, no dia 7 de Novembro, visa proteger o político em meio a uma onda de protestos mortais.

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A Gâmbia justificou a receção de Tchiroma por motivos humanitários e anunciou esforços conjuntos com parceiros regionais, incluindo a Nigéria, para procurar uma solução pacífica para a crise política que assola os Camarões.

Em comunicado, a porta-voz de Tchiroma, Alice Nkom, confirmou a estadia temporária do líder opositor. A oposição contesta os resultados eleitorais e insiste que Tchiroma foi o verdadeiro vencedor, apelando à população para rejeitar a vitória de Biya.

O governo camarónico acusou Tchiroma de incitação à insurreição e responsabilizou-o pelos distúrbios que varreram cidades como Douala, Maroua e Garoua. As autoridades apontam para 16 mortos, mas associações de defesa dos direitos humanos estimam que o número real ultrapasse 55.

Paul Biya, com 92 anos, permanece como o chefe de Estado mais idoso em exercício em África, com longos períodos de ausência do país. A sua saúde gera especulação e a governação diária tem sido assegurada por familiares e pelo partido.