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FSDEA e Gemcorp lançam o maior ataque financeiro ao défice de infra-estruturas em África

África prepara-se para receber uma das maiores injecções de capital dos últimos anos: o Fundo Soberano de Angola e a Gemcorp Capital anunciaram a criação de um fundo pan-africano de 500 milhões de dólares destinado a transformar infra-estruturas estratégicas no continente.

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O novo veículo financeiro, ainda sujeito a aprovação regulatória, promete actuar onde a necessidade é mais urgente, transportes, energia, transição energética, segurança alimentar, água, cadeias de abastecimento e comunicações. O FSDEA assegura um investimento inicial de 50 milhões de dólares, com possibilidade de elevar o montante até 200 milhões. A Gemcorp compromete-se a injectar até 50 milhões, enquanto o restante será mobilizado junto de investidores globais.

O projecto destaca-se também por ser um dos primeiros fundos orientados exclusivamente para infra-estruturas africanas administrado a partir do Abu Dhabi Global Market (ADGM), plataforma financeira internacional que reforça a sua posição como porta de entrada privilegiada para o investimento no continente.

Com mais de uma década de actividade em mercados emergentes, a Gemcorp reivindica uma carteira de cerca de 9 mil milhões de dólares em projectos financiados, sobretudo em sectores críticos como energia, logística e activos reais. A empresa opera em dez países e conta com mais de 500 colaboradores, consolidando uma presença global significativa.

Os promotores recordam que África enfrenta um défice anual superior a 100 mil milhões de dólares em infra-estruturas, particularmente no acesso à electricidade e em serviços básicos essenciais, sublinhando que o novo fundo poderá aliviar parte dessa pressão estrutural.

O FSDEA, responsável pela gestão do fundo soberano angolano, reforça que esta iniciativa se enquadra na sua missão de preservar capital, maximizar retornos de longo prazo e apoiar projectos capazes de impulsionar o desenvolvimento socioeconómico de Angola e do continente.