Funcionários da Mabunda exigem justiça: três meses de trabalho sem pagamento
A indignação cresce no Mercado de Peixe da Mabunda, no município da Samba, em Luanda. Há mais de três meses que dezenas de funcionários das cooperativas de prestação de serviços não recebem salário, uma situação que mergulhou várias famílias em desespero e revolta.
Registro autoral da fotografia
O impasse remonta a Julho, altura em que o mercado retomou a actividade após um período de encerramento para obras de requalificação, motivadas pelas más condições de higiene da infra-estrutura. Desde então, os trabalhadores afirmam não ter recebido qualquer remuneração, apesar de continuarem a exercer as suas funções diariamente.
Segundo os funcionários, o atraso nos salários deve-se à má gestão da antiga administração, que abandonou o cargo recentemente, deixando para trás uma série de pendências financeiras.
Entre as vítimas, há mães solteiras e viúvas que dizem estar a enfrentar dias difíceis que, sem salário, não conseguiram matricular os filhos neste ano lectivo.
“Os meus filhos não estão a estudar. Vivo longe, no Cassequel, e já não tenho como sustentar a casa. Estes três meses têm sido um pesadelo”, lamentou uma vítima, citada pelo site Correio da Kianda.
O Mercado da Mabunda, reaberto com pompa após as obras de reconstrução, é uma das maiores praças de peixe de Luanda, com mais de 500 bancas destinadas a vendedores fixos e ambulantes. Mas, para muitos trabalhadores, o brilho da reinauguração deu lugar à incerteza e ao desespero.
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