João Lourenço: «África tem de deixar de negociar de forma fragmentada»
O Presidente da República de Angola e actual líder em exercício da União Africana (UA), João Lourenço, defendeu este domingo, em Malabo, Guiné-Equatorial, a urgência de uma integração mais sólida entre os países africanos, alertando que o continente não pode continuar a negociar globalmente de forma dispersa.

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Durante a sessão de abertura da VII Reunião de Coordenação Semestral da UA com as Comunidades Económicas Regionais e Mecanismos Regionais, o estadista angolano sublinhou que a integração africana deve deixar de ser apenas uma aspiração política e assumir-se como um imperativo económico e social, num contexto internacional cada vez mais competitivo e dominado por grandes blocos regionais.
“África precisa de definir, com urgência, roteiros concretos para fortalecer a integração continental. Num mundo multipolar e de interesses divergentes, não podemos continuar a agir fragmentadamente”, afirmou, apontando para a próxima cimeira União Europeia–África, marcada para Novembro em Luanda, como oportunidade decisiva para a afirmação conjunta do continente.
João Lourenço revelou ainda que, à margem da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, em Setembro, em Nova Iorque, pretende convocar uma reunião de líderes africanos com o objectivo de analisar os actuais focos de conflito e reforçar o compromisso com a paz, classificada como “um bem indispensável” para o futuro africano.
Entre os avanços já alcançados, destacou a criação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA), projectada para se tornar o maior mercado único de bens e serviços do planeta. No entanto, advertiu que o caminho para o sucesso dessa iniciativa depende da remoção efectiva de barreiras comerciais, pautais e não pautais.
A visão do Presidente angolano foi partilhada por Mahmoud Ali Youssouf, presidente da Comissão da UA, que lembrou que África se encontra no epicentro de uma nova ordem internacional. “O Sul global está a reposicionar-se, os BRICS consolidam-se, a Europa perde controlo, a Ásia avança. África precisa de responder com determinação e acelerar a sua integração”, frisou.
Youssouf defendeu a AfCFTA como alicerce de um mercado interno robusto e reiterou a meta de uma moeda única africana como objectivo estratégico de longo prazo.
O anfitrião da cimeira, Presidente Teodoro Obiang, alertou para o risco de África continuar a ser marginalizada na economia global, apesar das conquistas políticas. “A independência política não se traduziu em soberania económica. Só com integração interna consolidada poderemos negociar em pé de igualdade com o mundo”, declarou, denunciando os critérios “injustificados” impostos por instituições financeiras internacionais no acesso ao crédito.
Além de João Lourenço e Teodoro Obiang, estiveram presentes na reunião os Presidentes Abdelfattah al-Sisi (Egipto), Évariste Ndayishimiye (Burundi), Julius Maada Bio (Serra Leoa), Mohamed Ould Ghazouani (Mauritânia), John Dramani Mahama (Gana) e Emmerson Mnangagwa (Zimbabué).
Criada em 2017, a Reunião de Coordenação Semestral da UA visa reforçar a articulação entre a UA e as comunidades económicas regionais, com foco na implementação da Agenda 2063 — a visão estratégica para uma África próspera, pacífica e integrada.
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