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João Lourenço promete priorizar paz no Sudão como líder da União Africana em 2025

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, revelou esta Segunda-feira, em Luanda, que o Sudão será a principal prioridade da sua agenda quando assumir a presidência rotativa da União Africana, em Fevereiro de 2025.

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Há 7 dias
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A declaração foi feita durante um discurso enquanto líder do MPLA, onde abordou ainda os esforços de mediação que tem liderado para resolver conflitos no continente africano.

“A situação no Sudão estará no topo das prioridades da minha agenda, logo que assumir a presidência da União Africana”, afirmou o chefe de Estado angolano, destacando a urgência de se trabalhar pelo fim da crise humanitária e dos confrontos que devastam o país.

Conflito na RDCongo e o papel de Angola como mediador
João Lourenço sublinhou também o impacto devastador do prolongado conflito na República Democrática do Congo (RDCongo), que desestabiliza toda a região dos Grandes Lagos. Segundo ele, esta região, rica em recursos minerais, deveria estar a contribuir para o progresso económico e social dos seus povos, mas permanece presa em ciclos de violência.

Angola tem desempenhado um papel central como mediador entre a RDCongo e o Ruanda, numa tentativa de alcançar uma solução pacífica. Porém, os esforços mais recentes foram frustrados. A cimeira tripartida de Luanda, marcada para Domingo passado, acabou cancelada devido à ausência da delegação ruandesa.

Ruanda e RDCongo divididos sobre diálogo com o M23
De acordo com o Governo ruandês, o adiamento da cimeira deveu-se a divergências sobre “questões críticas”. Kigali insiste na necessidade de negociações diretas entre Kinshasa e o grupo armado M23 para alcançar uma solução política para o conflito no leste congolês, algo que as autoridades congolesas rejeitam.

O chefe da diplomacia angolana, Téte António, esclareceu que o acordo proposto por João Lourenço estava “negociado a 99 por cento” e abarcava três pontos principais:

  1. O desengajamento das forças militares;
  2. A neutralização das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR);
  3. A definição de um consenso sobre o M23.

Contudo, as negociações ministeriais realizadas no Sábado, que avançaram até altas horas, não conseguiram resolver o último ponto, travando o progresso esperado.

Angola fortalece sua posição como ator-chave na diplomacia africana
Apesar dos contratempos, o Presidente angolano tem sido reconhecido pelo compromisso em lidar com as crises do continente africano. Além do Sudão e dos Grandes Lagos, João Lourenço destacou que outros conflitos regionais também terão lugar na sua agenda enquanto presidente da União Africana, consolidando o papel de Angola como um dos pilares diplomáticos para a estabilização da África.

A comunidade internacional aguarda agora os próximos passos de Angola nas mediações em curso e as ações concretas que o país irá empreender no caminho para a paz.

PONTUAL, fonte credível de informação.