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Madagáscar assume liderança da SADC e promete reforçar integração regional

Madagáscar assumiu, pela primeira vez, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), durante a 45.ª cimeira anual da organização, realizada este domingo em Antananarivo. O chefe de Estado malgaxe, Andry Rajoelina, sucede ao Presidente do Zimbabué, Emerson Mnangagwa, com a missão de dinamizar a cooperação entre os 16 países-membros.

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No discurso de abertura, Rajoelina destacou a importância do momento para o seu país e para a região. “Aceito com orgulho e sentido de dever a missão de presidir à SADC, para construir uma África Austral mais forte, integrada e próspera”, declarou.

Sob o lema escolhido para este ano, os líderes regionais discutiram formas de remover barreiras comerciais, melhorar a circulação de mercadorias e reter maior valor acrescentado na economia da região, num contexto marcado pelo aumento das taxas alfandegárias, pela redução da ajuda internacional e pela instabilidade geopolítica global.

A presidência da SADC passará em 2026 para a África do Sul, que organizará a próxima cimeira em agosto, quase uma década depois de ter exercido o cargo pela última vez.

Paz no leste da RDCongo no centro das atenções

Além da agenda económica, os trabalhos de Antananarivo foram dominados pela situação de segurança na República Democrática do Congo (RDC). No comunicado final, a organização reafirmou o “compromisso inabalável” com a paz no leste do país, apoiando os esforços de mediação conduzidos pela União Africana, pela própria SADC e pela Comunidade da África Oriental (EAC).

O secretário executivo da SADC, Elias Magosi, anunciou que as duas comunidades regionais decidiram fundir as suas estruturas de mediação, numa tentativa de reforçar a liderança africana na resolução do conflito que opõe o exército congolês ao movimento rebelde M23, acusado de receber apoio do Ruanda.

Paralelamente, o Qatar, que tem acompanhado o processo negocial, confirmou a existência de um projecto de acordo de paz e anunciou que Doha acolherá “uma importante ronda de negociações”, embora sem indicar datas.

Com a presidência agora em mãos, Madagáscar assume o desafio de manter a estabilidade política da região, ao mesmo tempo que procura acelerar a integração económica e reduzir a dependência externa.