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Oito Meses Sem Salário: ITF Denuncia Abandono de Pescadores Angolanos e Indonésios

Um pesqueiro português permanece imobilizado no porto do Mindelo, enquanto doze tripulantes angolanos e indonésios aguardam desesperadamente por salários em falta e por uma decisão judicial que tarda.

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Há 11 horas
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O arresto da embarcação, decretado pelo tribunal, impede qualquer saída até à resolução do caso, confirmou o capitão dos Portos do Barlavento, Aguinaldo Lima, que garantiu que a tripulação se encontra em segurança. As autoridades marítimas tentaram envolver as embaixadas de Angola e da Indonésia, mas continuam sem respostas formais.

A empresa que gere a tripulação assegurou ter contactado o armador, actualmente em Portugal, alegadamente em busca de financiamento para regularizar os salários em atraso. Contudo, duas fontes indicam que não houve qualquer progresso, enquanto o barco permanece parado há quase dois meses no Mindelo.

Segundo a Agência de Navegação de Cabo Verde, o armador fornece alimentos sempre que solicitado e os pescadores mantêm alguma rotina de trabalho a bordo, além de contacto com as famílias. Apesar do arresto, podem entrar e sair do porto livremente, tendo apenas ocorrido um acompanhamento médico pontual.

A tensão aumentou depois de a Federação Internacional dos Trabalhadores do Transporte (ITF) denunciar que os doze homens acumulam oito meses de salários por pagar e se encontram “abandonados” pelo armador. O inspector Gonzalo Galan descreveu a situação como “horrível”, sublinhando que os trabalhadores já não conseguem sustentar as famílias.

A ITF exige o pagamento imediato dos valores em dívida e o repatriamento seguro dos pescadores, apelando ainda à indústria pesqueira europeia para que estabeleça acordos que garantam protecção efectiva às tripulações estrangeiras a operar em embarcações de capitais europeus.