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Petro brilha nas Afrotaças enquanto rivais afundam-se em erros e desorganização

As Afrotaças voltaram a expor as duas faces do futebol angolano: de um lado, a glória do Petro de Luanda, único sobrevivente das competições africanas, e do outro, a queda fragorosa dos restantes representantes nacionais, vítimas de fragilidades estruturais e erros de gestão que continuam a assombrar o desporto rei no país.

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Há 22 horas
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O Petro mostrou autoridade dentro e fora de portas, vencendo por 3-0 em Luanda e repetindo o resultado fora, numa demonstração de que o sucesso não é fruto do acaso, mas da consolidação de um projecto desportivo consistente ao longo dos anos.

O contraste, porém, é gritante. O Kabuscorp do Palanca tombou diante dos sul-africanos do Kaizer Chiefs, o Wiliete de Benguela sucumbiu frente ao Young Africans da Tanzânia e o histórico 1.º de Agosto, símbolo maior do futebol nacional, caiu em pleno Estádio 11 de Novembro com uma derrota por 2-1 diante do AS Vita Club do Congo, tendo apenas conseguido um empate na segunda mão.

A eliminação dos “militares” deixou marcas mais profundas do que o simples insucesso desportivo. Um erro administrativo expôs o amadorismo que ainda corrói muitos clubes: a equipa apresentou-se na prova sem um treinador com licença A da CAF, requisito obrigatório. A crítica foi levantada em directo pelo jornalista Walter dos Reis, que questionou como é possível uma instituição com tal peso histórico ignorar exigências básicas da competição.

O futebol angolano parece, assim, viver em realidades paralelas. Enquanto o Petro ergue-se como modelo de profissionalismo, estrutura e visão de futuro, os restantes clubes tropeçam em falhas elementares, incapazes de transformar talento em resultados.

A lição, mais uma vez, é clara e dura: quem não se organiza, não sobrevive; e quem não sobrevive, não sonha com a glória continental.