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Oficiais de justiça ameaçam nova greve “mais dura” se o Governo mantiver silêncio

O Sindicato dos Oficiais de Justiça de Angola (SOJA) avisou esta Sexta-feira que avançará para uma segunda fase de greve, “mais abrangente e com impacto nacional reforçado”, caso o Ministério da Justiça continue sem responder às reivindicações da classe. A paralisação está já calendarizada para decorrer entre 9 de Fevereiro e 6 de Março de 2026.

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A ameaça surge após o fim da greve iniciada a 27 de Outubro, que o sindicato classifica como “massiva e transversal”, apesar do que descreve como pressões, intimidações e recolha de nomes de grevistas para alegadas retaliações. O SOJA denuncia também a remoção de dísticos de greve por ordem do ministro da tutela.

Segundo o sindicato, a paralisação revelou “o profundo nível de insatisfação” dos oficiais de justiça e abriu “um capítulo histórico”, ao demonstrar que a classe não recuará perante “silêncio, intimidação ou injustiça”. Para o SOJA, o protesto expôs de forma inequívoca a urgência de reformas estruturais no sector.

O comunicado realça que a greve consolidou a união dos trabalhadores em torno de reivindicações consideradas legítimas, ao mesmo tempo que chamou a atenção das instituições para a necessidade de mudanças imediatas. O sindicato afirma que esta primeira fase serviu de base para uma mobilização ainda mais forte no próximo ano.

Face à ausência total de diálogo por parte do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, o SOJA promete recorrer aos tribunais contra actos que considera violadores da lei da greve, incluindo perseguições, abuso de poder e assédio laboral. A organização garante ainda intensificar denúncias públicas sempre que verificar novas violações.

Os oficiais de justiça exigem melhores condições laborais, a aprovação do estatuto remuneratório e a reposição de subsídios, reivindicações que, segundo o SOJA, seguem sem qualquer resposta institucional.