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PGR acusa russos de espionagem e ligação a rede internacional de desestabilização

Dois cidadãos russos e dois angolanos enfrentam uma acusação grave: a PGR atribui-lhes crimes de espionagem, terrorismo e envolvimento numa alegada rede internacional destinada a desestabilizar Estados africanos.

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A nota oficial divulgada esta terça-feira revela que Igor Rotchin Mihailovich e Lev Matveevich Lakshtanov, juntamente com os angolanos Amor Carlos Tomé e Oliveira Francisco, foram detidos a 7 de Agosto, em Luanda, e respondem por sete crimes, incluindo organização terrorista, financiamento ao terrorismo, instigação pública ao crime, corrupção activa de funcionário e introdução ilícita de moeda estrangeira.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, as detenções estão ligadas à greve dos taxistas realizada no final de Julho, uma paralisação que terminou em violência extrema, com 22 mortos, 197 feridos e mais de 1.200 detenções, de acordo com dados oficiais.

A investigação concluiu que existem fortes indícios de que os dois cidadãos russos fazem parte de uma estrutura internacional que procura desestabilizar governos africanos através do recrutamento e financiamento de nacionais influentes capazes de mobilizar multidões para actos de desobediência civil, como os registados durante a referida greve.

A PGR sustenta que esta organização opera em vários países e actua silenciosamente até desencadear movimentos capazes de colocar à prova a segurança interna e a estabilidade institucional dos Estados visados.

Com a instrução preparatória encerrada, os quatro arguidos e os seus advogados foram formalmente notificados da acusação a 27 de Novembro de 2025, abrindo caminho para a próxima etapa do processo judicial.