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Rei do Bailundo em Salvador para resgatar ancestralidade apagada pelos portugueses

O rei do maior grupo étnico de Angola, o Reino de Bailundo, visitou o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), na cidade brasileira de Salvador, e afirmou querer resgatar a ancestralidade apagada durante o período colonial português.

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Há 4 semanas
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 “Nós estamos na fase do resgate. Vocês [MUNCAB] estão na fase da preservação, da valorização e da divulgação. Nós estamos a começar o resgate, porque a colonização foi mais forte do que aquilo que vocês viveram aqui”, disse Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, citado num comunicado divulgado pelo museu de Salvador.

“Nós, em Angola, quando o português chegou, apagou, a partir da nossa espiritualidade, toda a nossa fé, a nossa confiança e a nossa resistência foi automaticamente abalada”, reforçou o representante, durante a visita guiada à exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”, na qual, argumentou, estar a cumprir a vontade dos ancestrais.

Salvador é a capital do estado da Bahia, região na qual Pedro Álvares Cabral aportou no dia 22 de Abril de 1500 e é esta a razão primordial da visita deste rei de 39 anos, o 37.º soberano do reino subnacional do Bailundo, localizado na região central de Angola.

“Acreditamos que o mesmo processo que estão a levar a cabo é o mesmo processo que nós, como reino, estamos a levar a cabo. Estamos a levar os quatro pilares: o resgate, a preservação, a valorização e a divulgação da nossa identidade cultural”, disse.

Na mesma nota informativa, a curadora do projecto e diretora artística do museu, Jamile Coelho, detalhou que a exposição “é uma celebração da resistência e criatividade angolana que moldaram a identidade de Salvador”.

“Essa mostra destaca como a espiritualidade, os saberes e as práticas culturais trazidos por africanos, em especial do povo banto, oriundos de Angola, Congo e Moçambique, transformaram Salvador na capital afrodescendente do mundo”, destacou.

C/VA

PONTUAL, fonte credível de informação.