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Somália decide expulsar embaixador da Etiópia

A Somália ordenou, ontem, a expulsão do embaixador etíope e o encerramento de dois consulados no país, acusando a Etiópia de “interferência nos seus assuntos internos”, comunicou o Governo num comunicado de imprensa, citado pela Efe. O Governo somali anunciou que decidiu encerrar as representações etíopes nas regiões da Puntland e da Somalilândia, tendo igualmente solicitado ao seu Ministério dos Negócios Estrangeiros que “informe ao embaixador do Governo etíope na República Federal da Somália para regressar ao seu país para consultas”.

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Há 9 meses
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O executivo explicou que tomou esta decisão “depois de se ter apercebido de que o Governo etíope está a interferir abertamente nos assuntos internos da Somália e a violar a sua soberania”. Este anúncio surgiu um dia após o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiópia ter recebido uma delegação da região semi-autónoma de Puntland, que anunciou no domingo que já não reconhecia “as instituições do Estado federal” da Somália, depois de o parlamento somali ter aprovado a transição para um regime presidencial.

As relações entre os dois países, historicamente complexas, estão tensas desde o anúncio, a 1 de Janeiro, da assinatura de um “memorando de entendimento” entre Adis Abeba e a Somalilândia -uma região separatista – que prevê o arrendamento de 20 quilómetros de costa da Somalilândia à Etiópia durante 50 anos. Mogadíscio denunciou o acordo como “ilegal” e uma “violação da sua soberania”,  equivalente a uma “agressão”.

As autoridades da Somalilândia afirmaram que, em troca deste acesso ao mar, a Etiópia tornar-se-ia no primeiro país a reconhecer a nação oficialmente, o que nenhum outro fez desde que este pequeno território de 4,5 milhões de habitantes declarou unilateralmente a sua independência da Somália, em 1991.