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Traidor e hipócrita? Wiliam Tonet ´rasga a máscara´ de Chivukuvuku

Director do Folha 8 denuncia “falta de coerência” e “hipocrisia” de Abel Chivukuvuku; ruptura traçada desde 2013

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Há 2 meses
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A relação turbulenta entre Abel Epalanga Chivukuvuku, uma figura histórica da política angolana, e o jornalista e director do Folha 8, William Tonet, alcançou um novo e ´preocupante´ patamar de tensão. Segundo o site Correio da Kianda, Tonet acusa o antigo companheiro de luta pela democratização do país de “traição” e de “incoerência total”. Este conflito, que remonta a 2013, marcou a ´rutura´ definitiva entre os dois, colocando em evidência as tensões políticas na CASA-CE – Convergência Ampla de Salvação de Angola – e a luta interna pelo poder.

De acordo com a mesma fonte, Tonet aponta o dedo ao seu ex-aliado, acusando-o de ceder aos interesses dos líderes dos partidos que compunham a CASA-CE e que rejeitaram a transformação da coligação em partido político, como fora estipulado no acordo inicial. Desde as eleições de 2012, onde a CASA-CE conquistou oito assentos parlamentares, Chivukuvuku e Tonet mantinham uma aliança sólida. Contudo, a união não resistiu às pressões internas, e as divergências sobre o destino da coligação acabaram por colocar os dois em lados opostos.

William Tonet, até então um dos vice-presidentes da CASA-CE e segundo maior financiador da coligação, foi direto ao afirmar que Chivukuvuku ignorou “deliberadamente” as críticas e alertas enviados numa carta em 2013. Para o jornalista, o líder da CASA-CE optou por “hipocrisia e silêncio cúmplice”, mantendo uma postura inerte enquanto os líderes dos partidos se recusavam a cumprir o acordo constitutivo. Tonet sustentou que, já naquela época, “o ideal era a ruptura”, acusando o antigo amigo de “permitir reuniões para vilipendiá-lo”.

Esta rixa foi-se agravando ao longo dos anos. Em 2017, Tonet finalmente cortou relações com a CASA-CE, criticando Chivukuvuku por alegadamente apoiar reuniões onde, segundo ele, o seu nome e honra foram “atacados injustamente” por figuras como Lindo Bernardo Tito e Leonel Gomes, sem qualquer intervenção do líder. Em novo texto, Tonet expressou frustração: “Apresentei, em devido tempo, um pedido de demissão irrevogável do cargo de vice-presidente. Fi-lo porque a liderança nada fez para contrariar as injustiças e acusações que enfrentava.”

Agora, em 2024, a disputa voltou à tona com uma nova carta publicada por William Tonet, onde alega sentir-se “traído” e “ferido” pelas atitudes de Chivukuvuku, que, segundo ele, preferiu “manter-se do lado dos privilegiados, rasgando o acordo e cedendo aos ‘políticos-comerciantes’”. Tonet acusa os “líderes opacos” dos partidos da CASA-CE de agarrarem-se “aos privilégios e mordomias”, enquanto Chivukuvuku se manteve “conivente com os ataques” à sua reputação.

Abel Chivukuvuku, agora líder do PRA-JA, mantém-se em silêncio, mas Tonet afirma que seu ex-colega não só ignorou as tentativas de diálogo, como chegou a apoiar “textos difamatórios” destinados a prejudicá-lo. Para William Tonet, a amizade transformou-se em amargura profunda, e a disputa, que poderia ter ficado nos bastidores, emerge agora como um episódio contundente da política angolana.

PONTUAL, fonte credível de informação.