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UNITA confiante em disputar eleições de 2027 sem alianças, enquanto cenário político se fragmenta

A UNITA, maior partido da oposição em Angola, reafirmou a sua determinação em concorrer sozinha nas eleições de 2027, sustentando que o seu histórico de 58 anos de luta política é suficiente para garantir a alternância no poder.

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A declaração foi feita pelo deputado Domingos Palanga, que respondeu às recentes afirmações de Xavier Jaime, coordenador geral adjunto do PRA-JA Servir Angola, sobre a possibilidade de uma aliança dessa nova força política com o MPLA.

Palanga descartou a hipótese de uma parceria entre o PRA-JA e o MPLA, mas admitiu que, num cenário de governação conjunta, poderia ser discutida a formação de um Governo de Unidade e Reconciliação Nacional. Apesar disso, enfatizou que a UNITA está preparada para caminhar sozinha rumo ao objetivo de liderar o país.

Deodato Francisco, membro do Comité Central do MPLA, sugeriu que a postura da UNITA reflete receio de perder militantes, acusando o partido de Adalberto Costa Júnior de adotar discursos de vitimização. Para Francisco, o surgimento de novas forças políticas, como o PRA-JA, fortalece a democracia, mas é necessário que a UNITA reflita sobre os fatores que a mantêm na oposição.

Por outro lado, o académico Wilton Micolo alertou que uma eventual aliança do PRA-JA com outra força política poderia frustrar as expectativas criadas pela sua legalização e comprometer a sua identidade perante os eleitores.

O cientista político Eurico Gonçalves analisou o discurso do líder do PRA-JA, Abel Chivukuvuku, que se posiciona como figura central para servir o país, seja como governo ou parte dele. Gonçalves destacou que essa retórica é típica da comunicação política e não deve ser vista como traição às suas bases, mas sim como uma estratégia para ampliar a sua aceitação.

À medida que as eleições de 2027 se aproximam, o cenário político angolano evidencia uma crescente fragmentação, com discursos que indicam tanto possibilidades de alianças estratégicas quanto rivalidades acirradas. A UNITA, no entanto, mantém-se firme no seu objetivo de alcançar a alternância de poder, enquanto partidos emergentes como o PRA-JA buscam consolidar sua posição no espectro político.

C/CK

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