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Vacina contra cancro do útero para meninas dos nove aos doze anos gera revolta: Encarregados falam de objectivos ocultos

Apesar da forte campanha do Ministério da Saúde de Angola para vacinar meninas dos 9 aos 12 anos contra o cancro do colo do útero, pais e encarregados de educação mostram-se cépticos e recusam com veemência a imunização das suas filhas. Muitos acreditam que a vacina esconde objectivos obscuros e questionam a sua real segurança.

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Há 3 meses
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Esta semana, Angola recebeu o primeiro lote de 1,4 milhões de doses da vacina contra o cancro do colo do útero, um passo considerado histórico pela ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta. A campanha de vacinação, que arrancará em Novembro, tem como alvo meninas dos 9 aos 12 anos, com o apoio das escolas e do Ministério da Educação. A vacina CECOLIN, fabricada pelo laboratório INOVAX e pré-qualificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi introduzida pela primeira vez no sistema público de saúde angolano e é descrita pelas autoridades como altamente eficaz e segura.

Contudo, a iniciativa enfrenta uma onda de ceticismo por parte de muitos pais e encarregados de educação, que desconfiam das intenções por detrás da vacinação em massa. Alguns questionam a qualidade da vacina e alegam que “há algo escondido” nas doses administradas, insinuando que poderiam existir motivações ocultas no programa de imunização. “Nunca nos explicaram realmente o que está dentro dessas vacinas. Como é que podemos confiar? Isto pode ser mais um esquema para nos controlar ou até prejudicar as nossas crianças”, afirmou um dos encarregados de educação, que preferiu não se identificar.

A ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, defende veementemente a segurança da vacina, sublinhando que milhões de meninas em todo o mundo já a receberam sem quaisquer efeitos colaterais graves. “A vacina é segura, salva-vidas e está muito bem estudada. Infelizmente, continuamos a enfrentar a resistência de algumas famílias, o que coloca em risco a saúde das suas filhas”, advertiu a ministra. Ela lembrou ainda que o cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro mais comum entre as mulheres angolanas, com mais de 300 casos diagnosticados anualmente, muitos dos quais já em fases avançadas, quando o tratamento é menos eficaz.

Enquanto as autoridades intensificam os esforços para combater a desinformação, a campanha de vacinação segue planeada para Novembro, com mais de 2,2 milhões de doses esperadas até ao final do ano. No entanto, o desafio de convencer os pais mais cépticos continua a ser uma barreira para o sucesso desta iniciativa de saúde pública.

PONTUAL, fonte credível de informação.