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Activistas convocam vigília pela liberdade dos “presos políticos” e denunciam violações de direitos humanos

A tensão volta a subir em Luanda. Um grupo de activistas angolanos convocou para este sábado, às 18h00, no Largo das Heroínas, uma vigília pela liberdade dos chamados “presos políticos”, denunciando o que consideram uma “violação sistemática dos direitos humanos” no país.

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A iniciativa, organizada pela União Nacional para a Total Revolução de Angola (UNTRA), foi oficialmente comunicada ao Governo Provincial e ao Comando da Polícia Nacional, numa tentativa de garantir que o acto decorra dentro da legalidade.

“Queremos exigir ao Governo do Presidente João Lourenço e à justiça angolana a libertação dos presos políticos, entre eles o general Nila, Osvaldo Caholo, Rodrigo Catimba, Buka Tanda e outros que continuam encarcerados”, declarou Luís Antunes, coordenador provincial da UNTRA em Luanda.

Os activistas apelam à população para comparecer vestida de preto e com velas nas mãos, como símbolo de luto e protesto pacífico. “Esta é uma causa nobre, que nos entristece profundamente, porque temos uma justiça partidária no país”, acrescentou Antunes, pedindo ainda uma “postura republicana” por parte da polícia durante o evento.

Entre os detidos que motivam a vigília estão Osvaldo Caholo, Serrote José de Oliveira “General Nila”, André Miranda, Kiluanje Lourenço, Buka Tanda, Gonçalves Frederico “Fredy” e Soba Príncipe, todos presos em Julho após protestos de estudantes e taxistas contra a subida do preço dos combustíveis.
Os mesmos são acusados de rebelião, apologia ao crime, vandalismo e terrorismo, mas os activistas classificam-nos como “presos políticos”.

A UNTRA acusa o Executivo de intimidar vozes críticas e recorda que Angola, actualmente na presidência da União Africana, deveria “dar o exemplo” no respeito pelos direitos humanos — um dos pilares da organização continental.

A iniciativa surge uma semana depois de a polícia ter impedido outra vigília, no Jardim São Domingos, em Luanda, onde jovens com t-shirts a exigir “Vozes Livres, Presos Políticos Livres” foram forçados a abandonar o local.

Desta vez, os organizadores insistem que não se trata de uma manifestação, mas de um acto pacífico de reflexão. “Esperamos que não haja repressão”, concluiu Luís Antunes.