Analistas falam de um 2025 difícil: 50 anos de independência sob a sombra de incertezas e crise social
Enquanto Angola se prepara para celebrar os 50 anos de independência em 2025, analistas antecipam um cenário marcado por desafios económicos e sociais profundos, com poucas expectativas de melhorias estruturais significativas no curto prazo.
Registro autoral da fotografia
Crescimento sem inclusão
O economista Wilson Chimoco prevê um ano economicamente ambíguo, com:
- Crescimento económico positivo, mas insuficiente para criar empregos em larga escala.
- Inflação elevada, fortemente influenciada pela taxa de câmbio e pela esperada remoção dos subsídios aos combustíveis.
- Oportunidades de negócios e investimentos externas, especialmente nos sectores de transportes e energia, mas sem um aumento expressivo de investimento directo estrangeiro.
Apesar de algumas melhorias no ambiente de negócios, o economista ressalta que as barreiras estruturais continuarão a limitar o potencial do sector não petrolífero.
Sociedade: celebrações versus exclusão
O padre Jacinto Pio Wacussanga critica a falta de inclusão nas comemorações do “jubileu de ouro”. Ele alerta para o agravamento das crises sociais, mencionando:
- Mais de 10 milhões de angolanos sem acesso a alimentação adequada.
- Aumento da vulnerabilidade social, especialmente no sul e leste do país.
- Ausência de programas efetivos de empoderamento comunitário e de crédito acessível para pequenos empresários.
Wacussanga teme que as celebrações sigam um formato elitista, ignorando a fome, a pobreza e a exclusão social que afetam grande parte da população.
Potencial para contestações sociais
O sacerdote também alerta para o risco de protestos populares, como resultado do aumento das desigualdades e da crise humanitária que aflige o país. Ele enfatiza a necessidade de medidas preventivas:
“Devemos pôr-nos de atalaia, para evitar que os males que ocorrem noutras latitudes, como no Índico, se repitam aqui”.
Perspectiva para o futuro
Os analistas destacam que Angola enfrenta um momento crucial, onde as decisões políticas e económicas em 2025 terão impacto direto sobre o seu desenvolvimento e estabilidade. As celebrações dos 50 anos de independência podem ser uma oportunidade para refletir sobre as conquistas e os desafios do passado, mas também para promover um futuro mais inclusivo.
No entanto, sem ações concretas para enfrentar as desigualdades e fortalecer a coesão social, o “jubileu de ouro” corre o risco de ser marcado por descontentamento e instabilidade.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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