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Carrinho investe 57 milhões em fábrica que vai produzir milhares de toneladas de óleo por dia

Com investimento de 57 milhões de euros e tecnologia de ponta, a nova unidade de Benguela será uma das maiores da África Austral e vai criar centenas de empregos.

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O Grupo Carrinho prepara-se para dar um novo salto industrial com a construção de uma gigantesca fábrica de óleo de soja e de girassol no seu complexo de Benguela, cuja conclusão está prevista para final de 2026. Com um financiamento de 57 milhões de euros, garantido através de um acordo com o Deutsche Bank, a unidade promete reforçar a soberania alimentar do país e posicionar Angola entre os grandes produtores regionais de óleo vegetal.

O director executivo da Carrinho Indústria, Décio Catarro, revelou que as obras estão já executadas em cerca de 50% e que a futura refinaria terá capacidade para produzir 800 litros de óleo alimentar por dia, além de 3200 toneladas de farelo de soja, consolidando a cadeia produtiva nacional.

“Vamos concluir o nosso projecto de refinaria de óleo de soja dentro do próximo ano”, assegurou o gestor, acrescentando que a empresa está a apostar fortemente no cultivo de soja e girassol, de forma a garantir o fornecimento de grãos para processamento interno.

De acordo com o responsável, a nova fábrica será capaz de processar diariamente até 4000 toneladas de soja e 2400 toneladas de sementes de girassol, representando um marco histórico na agroindústria nacional. O projecto prevê ainda a criação de cerca de 300 empregos directos e milhares de postos de trabalho indirectos na cadeia agrícola.

Mas a aposta do grupo não se fica por aqui. Paralelamente, o Complexo Industrial Carrinho está a desenvolver um projecto de refinação de açúcar, com capacidade para processar 3000 toneladas por dia, cuja inauguração está prevista para 2027.

Embora o foco principal continue a ser o mercado interno, a empresa tem já os olhos postos além-fronteiras. “Temos contratos assinados para exportar produtos alimentares para a Namíbia e a África do Sul”, adiantou Décio Catarro, sublinhando que a SADC representa uma oportunidade estratégica para os produtos angolanos, numa região onde a produção alimentar ainda enfrenta grandes desafios.