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João Lourenço anuncia construção de siderurgia nacional para transformar o ferro angolano em riqueza

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta sexta-feira, no Namibe, que o Governo pretende lançar um ambicioso projecto para a construção da primeira siderurgia nacional, com o objectivo de acrescentar valor ao minério de ferro extraído das minas de Cassinga e de outras regiões do país.

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O anúncio foi feito momentos depois da inauguração do Projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes, uma das maiores obras portuárias alguma vez realizadas no sul de Angola, avaliada em 600 milhões de dólares, com financiamento do Japão.

Namibe ganha novo porto e o país prepara salto industrial

A obra transformará o Porto do Namibe num eixo logístico de referência no Atlântico Sul, integrando o Terminal Mineraleiro do Sacomar e o novo Terminal de Contentores, totalmente modernizados e equipados com tecnologia de ponta. O projecto inclui ainda infraestruturas administrativas, logísticas e uma futura ligação ferroviária com o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, para facilitar o transporte de minérios provenientes das províncias da Huíla, Cuando Cubango e do próprio Namibe.

“O Namibe acaba de ganhar um terminal de contentores moderno e um terminal mineraleiro de classe internacional”, destacou o Chefe de Estado, sublinhando que a obra foi concluída em tempo recorde — apenas três anos desde o lançamento da primeira pedra, em 2022.

Moçâmedes de cara nova: um porto moderno e uma cidade em transformação

João Lourenço anunciou também a requalificação da Marginal da Baía do Namibe, que promete mudar completamente o rosto da cidade de Moçâmedes.
“Dentro de alguns anos, teremos uma cidade moderna, com infraestruturas que vão impulsionar o desenvolvimento económico da província e do país”, afirmou o Presidente, confiante no impacto transformador das novas obras.

O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, destacou que o novo porto dispõe de uma ponte-cais de 520 metros, preparada para receber navios Panamax até 320 metros de comprimento e 250 mil toneladas de carga, colocando Angola entre os principais destinos portuários da costa ocidental africana.

Parceria com o Japão eleva padrões e renova património histórico

A execução do projecto foi coordenada pela Toyota Tsusho Corporation, com apoio de bancos japoneses e regionais, como o sul-africano, num exemplo de cooperação tecnológica e de confiança internacional.
“Os parceiros japoneses trouxeram tecnologia, experiência e rigor, reforçando a credibilidade de Angola junto dos seus aliados”, afirmou Ricardo de Abreu.

No quadro dessa parceria, o Japão apoiou também a retoma e conclusão do histórico Cine-Estúdio do Namibe, agora rebatizado Centro Cultural Mussungo Bitoto, cuja obra esteve interrompida por 50 anos.

Inaugurado pelo Presidente da República nesta sexta-feira, o espaço renasce como símbolo da cultura e da memória do Namibe, encerrando meio século de espera.
João Lourenço agradeceu à Toyota Tsusho Corporation pela reabilitação da infraestrutura: “Foi uma obra iniciada em 1975 e que finalmente ganha vida, como um novo polo cultural ao serviço da província e do país”, declarou.