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Cirurgia cardíaca pediátrica inédita em Angola é conduzida por equipa exclusivamente feminina

Pela primeira vez em Angola, uma cirurgia cardíaca pediátrica de alta complexidade foi realizada com sucesso por uma equipa composta apenas por mulheres. A intervenção, que decorreu no Complexo Hospitalar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, envolveu uma criança de 13 anos com insuficiência valvular reumática grave e marcou um momento inédito na história da medicina nacional.

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Há 5 dias
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O procedimento foi liderado por Joseneidy Ariana Fernandes Carvalho, 33 anos, a primeira angolana formada em cirurgia cardíaca pediátrica, com especialização concluída em Cuba. A operação, com cerca de quatro horas de duração, permitiu substituir a válvula afectada por uma prótese biológica.

Segundo o Ministério da Saúde, a paciente apresentou evolução favorável, tendo sido transferida da Unidade de Cuidados Intensivos para a enfermaria apenas 36 horas após a cirurgia. Atualmente, encontra-se estável, já caminha e interage com a equipa médica.

Além da cirurgiã principal, integraram a equipa anestesistas, perfusionista, instrumentista, circulante e assistente cirúrgica, todas mulheres. Joseneidy Carvalho admitiu que só durante a intervenção se apercebeu dessa composição singular.
“Estávamos tão concentradas na paciente que o detalhe passou despercebido. Só mais tarde percebemos o simbolismo daquele momento: oito mulheres unidas para salvar uma vida”, declarou.

A médica sublinhou que a presença feminina na cirurgia ainda é rara, mas não deveria ser. “Podemos ser delicadas e, ao mesmo tempo, firmes e competentes. Espero que este momento motive outras jovens a seguir áreas cirúrgicas. Precisamos de mais mulheres nesta especialidade”, afirmou.

O Ministério da Saúde considerou o feito um marco simbólico para o sector, historicamente dominado por homens nas especialidades cirúrgicas, e felicitou a equipa pelo êxito da operação.