0º C

22 : 35

Confrontos entre polícia e traficantes no Rio de Janeiro fazem 121 mortos

O Rio de Janeiro viveu um dos episódios mais sangrentos da sua história recente. Um confronto brutal entre forças policiais e membros do Comando Vermelho, nas favelas do Alemão e da Penha, resultou na morte de 121 pessoas e na detenção de 113 suspeitos, segundo números oficiais divulgados esta quinta-feira, 30 de Outubro.

Registro autoral da fotografia

Há 10 horas
2 minutos de leitura

A operação, que começou na madrugada de terça-feira e prolongou-se por mais de 12 horas, foi descrita pelas autoridades como “a maior acção das forças de segurança do Estado desde 1990”. O objectivo era travar a expansão territorial do grupo criminoso, mas o desfecho deixou um rasto de destruição e indignação.

O Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense classificou o episódio como o mais letal já registado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Entre os mortos contam-se civis, suspeitos e agentes da Polícia Civil e Militar.

As imagens captadas após a operação chocaram o país: ruas cobertas de corpos, moradores em pânico e comunidades sitiadas pelo som ensurdecedor das balas. O Ministério Público Federal já solicitou acesso às perícias dos corpos e o Supremo Tribunal Federal (STF) exigiu explicações urgentes ao governo estadual sobre a actuação policial.

A chamada “Operação Contenção”, integrada no plano de segurança pública do Rio de Janeiro, foi concebida para conter o avanço do Comando Vermelho, facção que domina vastas zonas da capital fluminense. No entanto, a escalada da violência reavivou o debate sobre o uso excessivo da força e o impacto das operações policiais nas comunidades mais vulneráveis.

Enquanto o governo local defende a legitimidade da acção, organizações de direitos humanos falam em massacre e pedem uma investigação independente para apurar responsabilidades.