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Falta de avançados leva técnico da selecção a recorrer a guarda-redes para jogar noutra posição

A preparação dos Palancas Negras para o CAN volta a sofrer um abalo súbito: um guarda-redes foi chamado para ocupar a vaga deixada por um avançado. A decisão, assumida pelo seleccionador nacional, Patrice Beaumelle, durante uma reunião virtual realizada esta quinta-feira, 11, apanhou muitos de surpresa.

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Zine, avançado inicialmente convocado, foi afastado por lesão, obrigando a uma alteração de última hora. Porém, ao contrário do que seria habitual, Beaumelle optou por Agostinho Calunga, guarda-redes do Wiliete SC e um dos mais consistentes da última época no Girabola. A escolha quebra a lógica tradicional da reposição por posição e abre espaço a especulações sobre o real estado das opções ofensivas.

Segundo apurou a Angosport Magazine, o seleccionador viu-se encurralado: Fábio Abreu, Capita e Batxi os três nomes mais naturais para reforçar o ataque foram contactados, mas todos recusaram integrar a selecção nesta fase decisiva. A escassez de alternativas deixou o treinador francês com margem mínima para manobra.

Num cenário de urgência e com a lista final prestes a ser fechada, Beaumelle reforçou a baliza em vez do ataque, justificando a inclusão de Calunga com a necessidade de manter equilíbrio estrutural e garantir segurança num sector considerado crucial.

A situação expõe um problema mais profundo: a dificuldade crescente em mobilizar jogadores angolanos que actuam no estrangeiro, especialmente perante clubes relutantes em ceder atletas num período marcado por calendário congestionado e exigências competitivas.

Com a viagem para Marrocos prevista para o dia 18, esta alteração inesperada introduz nova incerteza na preparação dos Palancas Negras, justamente quando a equipa procura estabilidade, clareza táctica e um grupo coeso para enfrentar o maior palco do futebol africano.