0º C

16 : 55

Crise de água em Luanda: Deficiência de 1,2 milhões de metros cúbicos diários ameaça população

A província de Luanda enfrenta um alarmante défice diário de água, com a atual produção a satisfazer apenas metade das necessidades dos seus 10 milhões de habitantes.

Registro autoral da fotografia

Há 2 meses
2 minutos de leitura

Luanda vive uma crise hídrica crítica, com um défice de 1,2 milhões de metros cúbicos de água por dia, o que representa o dobro da produção actual, segundo Adão da Silva, presidente da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL). Com uma capacidade instalada de 760.000 metros cúbicos, a EPAL produz apenas 633.851 metros cúbicos diariamente, uma quantidade claramente insuficiente para atender à demanda crescente da população.

Após uma visita do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e do governador de Luanda, Manuel Homem, aos projectos estruturais do sector, Adão da Silva confirmou a gravidade da situação. “Estamos com um défice do dobro e a nossa produção atual não é suficiente para a população”, alertou.

A esperança, porém, reside em dois projectos em construção: o Quilonga Grande, no município Icolo e Bengo, e o Bita, em Belas, ambos previstos para iniciar operações em março de 2026. Juntos, estes projetos deverão aumentar a capacidade diária de abastecimento para 776.600 metros cúbicos, aliviando parte da pressão sobre a população.

Enquanto isso, os residentes das áreas periféricas de Luanda enfrentam dificuldades diárias para obter água potável. Muitos percorrem longas distâncias com recipientes à procura do líquido precioso, enquanto outros, com melhores recursos, dependem de cisternas.

O projecto Quilonga Grande, localizado na margem do Rio Kwanza, pretende fornecer água a cerca de cinco milhões de habitantes nos municípios de Icolo e Bengo, Cacuaco e Viana. Por outro lado, o Bita, com um sistema integrado de captação e distribuição, deve atender aproximadamente 3,8 milhões de pessoas.

Adão da Silva também mencionou a elevada dívida dos munícipes, que chega a 130 mil milhões de kwanzas. Para contornar essa situação, a EPAL está a implementar uma campanha de sensibilização para encorajar o pagamento das dívidas.

O governador Manuel Homem expressou otimismo em relação aos projetos em curso, afirmando que a expansão da oferta de água é a chave para mitigar a escassez. “Acreditamos que as iniciativas que estamos a acompanhar hoje vão dar uma resposta significativa a este problema”, concluiu.

Enquanto a população aguarda por soluções efetivas, a luta por água potável continua a ser um dos maiores desafios de Luanda.

Factos Diários