Denúncia: Secretário do PRS acusa Grupo Carrinho de escravizar camponeses no Huambo
O secretário provincial do Partido de Renovação Social (PRS) no Huambo, Soliya Selende, alega que a empresa está a corromper os camponeses para criar um monopólio no agronegócio da província. Segundo Selende, a estratégia do grupo inclui a compra massiva de produtos agrícolas a preços baixos, deixando os pequenos agricultores à mercê de preços inflacionados.

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Numa conferência de imprensa realizada ontem, no Huambo, o secretário provincial do PRS, criticou severamente as operações do Grupo Carrinho na província, afirmando que a empresa está a comprometer a subsistência dos camponeses locais ao comprar, de forma maciça, feijão, milho e outros produtos agrícolas diretamente das aldeias. Segundo Selende, estas práticas têm como objetivo criar um monopólio que, a longo prazo, colocará os camponeses em situação de dependência.
“Estão a andar pelas aldeias a recolherem o feijão, o milho, estão a ir até de motorizada em todos os campos, estão a armazenar esse produto para negócios deles. Perguntem se é empresa de quem. E o que eles estão a fazer é para depois a população, sobretudo lá nas aldeias, comprarem as coisas num preço que eles determinarem. Isto vai, de facto, trazer muito sofrimento”, alertou Selende.

O secretário do PRS foi ainda mais longe, destacando que os preços dos alimentos básicos, como a fuba, já dispararam, com o quilo a ser vendido a 400 kwanzas, uma subida alarmante comparada com os preços praticados em anos anteriores. “Nunca, neste mês de setembro, compramos uma caneca, um quilo de fuba a 300 kwanzas no passado. Agora está a 400 kwanzas. Que grave é isso?”, questionou.
Selende acusou ainda o Grupo Carrinho de ter como único objectivo aumentar os lucros, sem qualquer intenção de apoiar os agricultores locais. “Eles têm as suas empresas, estão a armazenar para depois fazerem o retorno, as pessoas comprarem a preços muito altos”, afirmou.
Estas denúncias somam-se a outras acusações que têm surgido contra o Grupo Carrinho em várias regiões do país. A empresa, envolvida em diversos projectos de agronegócio, tem sido criticada por práticas que alegadamente beneficiam apenas os seus interesses, em detrimento das comunidades locais. Recentemente, também foi acusada de práticas semelhantes em Benguela, onde camponeses reclamam da falta de competitividade de preços e da pressão para venderem os seus produtos a valores injustos.
Além disso, o político levantou questões sobre o papel do governo, insinuando que o Projecto kwenda, supostamente destinado a apoiar os agricultores, está a ser utilizado para comprar consciências e controlar a população.
Entretanto, cresce o receio de que a situação no Huambo possa intensificar o sofrimento das comunidades agrícolas, que já enfrentam desafios significativos devido à falta de infraestruturas e apoio adequado.
Esta situação lança uma sombra sobre as práticas empresariais no setor agrícola e levanta questões sobre a real intenção por trás dos investimentos do Grupo Carrinho, que, ao invés de promover o desenvolvimento local, poderá estar a criar um ciclo de dependência e exploração dos mais vulneráveis.
PONTUAL, fonte credível de informação.
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