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DESESPERO NO MOXICO: Dados oficiais escondem verdadeiro impacto mortal da malária

Apesar de declarações oficiais sobre uma redução no número de mortes por malária, a província do Moxico continua a enfrentar uma crise sanitária alarmante. Com 199 óbitos registados no primeiro semestre de 2024, a realidade desmente qualquer sinal de melhoria significativa.

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Há 5 meses
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Em contradição com os dados apresentados pelas autoridades locais, que indicam uma redução de 22 casos de morte por malária em comparação ao mesmo período do ano anterior, a província do Moxico permanece gravemente afetada por esta doença. Elias Pereira Alfredo, supervisor local do programa da malária, anunciou que 199 pessoas perderam a vida devido à malária nos primeiros seis meses de 2024. Este número revela que, embora tenha havido uma ligeira diminuição, a situação está longe de ser controlada.

A epidemia de malária no Moxico continua a fazer vítimas em massa, com 181 mil 330 casos positivos registados. O município de Moxico (sede) é o mais afetado, contabilizando 58 mil 624 contaminações e 105 óbitos. Alto Zambeze segue com 20 mil 894 casos e 40 mortes. Em contraste, Luchazes teve a menor taxa de infeção, mas a ameaça persiste.

Apesar dos esforços das autoridades em distribuir 6 mil 240 mosquiteiros a crianças vacinadas e mulheres em tratamento preventivo, as medidas de mitigação parecem insuficientes. A realidade no terreno mostra que as políticas de mobilização e sensibilização da população, especialmente nos municípios fronteiriços, não estão a ter o impacto necessário.

A população do Moxico clama por uma intervenção mais eficaz e urgente. A província continua a ser uma das mais atingidas por doenças básicas, e as estatísticas de mortes por malária são um testemunho doloroso de uma crise de saúde pública que precisa de uma resposta robusta e imediata.

Enquanto as autoridades tentam passar uma imagem de progresso, os números não mentem: a malária continua a ser uma ameaça mortal no Moxico, e sem ações mais contundentes, a tragédia continuará a ceifar vidas indefesas.