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Fome e interrupção das aulas marcam o primeiro dia de formação dos agentes do censo em Luanda

O primeiro dia de formação dos agentes de campo para o Censo 2024 em Luanda e outras províncias foi abalado por desorganização, frustração e fome extrema. Sem acesso às refeições previstas, os formandos interromperam as sessões devido ao desgaste físico e moral causado pela falta de alimentação.

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Há 3 meses
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A formação dos agentes de campo, essencial para a condução do Censo 2024, começou de forma caótica em várias localidades. No município do Cazenga, os formandos de pelo menos três distritos, que se dirigiram ao Instituto Politécnico do Cazenga (ISPOCA) enfrentaram uma dura realidade: nem uma gota de água foi oferecida aos participantes, e as duas refeições previstas no programa da formação nunca foram servidas.

Segundo informações recolhidas, fome e frustração levou à interrupção da sessão, com os agentes a exigir uma pausa para restabelecerem forças. “Foi uma experiência desastrosa, estamos revoltados. Como é que esperam que sejamos produtivos sem ao menos termos sido alimentados?”, afirmou um dos agentes de campo. O descontentamento é partilhado por muitos, que passaram o dia inteiro sem qualquer refeição, nem mesmo uma garrafa de água.

A desordem não foi exclusiva do Cazenga. No município de Viana, a situação foi semelhante. Os agentes foram informados de uma mudança de última hora no local de formação, sendo deslocados para a Universidade Jean Piaget. No entanto, o que já começou com desorganização tornou-se ainda pior quando, tal como no Cazenga, não lhes foi fornecida qualquer refeição ao longo do dia, deixando os participantes num estado de fome extrema.

A PONTUAL contactou o porta-voz Nacional do Censo, Hernany Luís, que garantiu que “tudo estava a ser feito para corrigir a situação”. No entanto, no terreno, a realidade foi outra: até ao final do dia, os agentes de campo regressaram às suas casas de estômago vazio e profundamente desmotivados.

A frustração generalizada e a falta de estrutura no primeiro dia de formação suscitam dúvidas sobre a organização do processo do Censo 2024. A desorganização vivida pelos agentes de campo não só compromete o bom andamento das actividades, como levanta preocupações sobre o impacto que tal desordem pode ter na recolha dos dados essenciais para o censo. Até ao momento, as autoridades responsáveis não avançaram com um plano concreto para evitar que a situação se repita nos próximos dias.

PONTUAL, fonte credível de informação.