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Fragmentação interna pressiona liderança da UNITA antes do conclave

A proximidade do conclave da UNITA, marcado para 28, 29 e 30 de Novembro, expõe divisões internas que, segundo analistas, fragilizam a coesão do maior partido da oposição angolana. Especialistas ouvidos consideram que a fragmentação é evidente e pode influenciar o debate sobre a liderança e os rumos da organização.

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O politólogo Agostinho Sicato aponta a existência de diferentes blocos de apoio dentro do partido: um ligado ao actual presidente, Adalberto Costa Júnior; outro próximo do ex-líder Isaías Samakuva; um terceiro que reivindica o resgate da mística histórica da UNITA; e ainda um sector híbrido que não se identifica totalmente com nenhuma das correntes. “Estas forças procuram afirmar-se e dificultam a harmonização interna que Samakuva tentou promover no passado”, observou.

Já o analista Joaquim Jaime sublinha que o conclave poderá ser palco de questionamentos à direcção cessante, sobretudo quanto à exclusão de militantes das listas de candidatos às eleições de 2022, em detrimento de nomes oriundos do Bloco Democrático, do PRA-JÁ Servir Angola e da sociedade civil. “Essa situação criou tensões internas que persistem até hoje”, afirmou.

Segundo Jaime, parte da militância vê no regresso de Isaías Samakuva uma alternativa de liderança, enquanto outra ala aposta em Rafael Massanga Savimbi, filho do fundador do partido, como figura de renovação.

As análises foram apresentadas no programa Bancada Parlamentar, transmitido semanalmente pela Rádio Correio da Kianda, que tem acompanhado de perto o ambiente político em torno da UNITA.