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Relatório prevê queda prolongada da produção petrolífera em Angola até 2032

A produção de petróleo em Angola enfrenta um cenário “muito negativo” até ao final de 2032, de acordo com o Relatório Económico do I.º Trimestre de 2025, elaborado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC). O estudo alerta que apenas a descoberta de novas reservas poderá garantir uma estabilização duradoura da produção.

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O documento, consultado esta quarta-feira, sublinha que a exploração em poços marginais ou em fase de declínio poderá prolongar a extracção, mas apenas através de contratos menos favoráveis ao país. Para os investigadores, Angola deve reconhecer que se encontra já “na era pós-petrolífera”, o que exige estratégias alternativas para sustentar a economia.

Nos primeiros três meses de 2025, o sector petrolífero registou uma quebra de cerca de 3 por cento face ao mesmo período de 2022. Nos últimos quatro trimestres, a produção recuou 4,4 por cento em volume e 19,5 por cento em valor deflacionado, enquanto os rendimentos por volume diminuíram 15,5 por cento. As exportações de petróleo, gás e derivados caíram 14,4 por cento no período, representando 27 por cento do total em volume e 29 por cento em valor.

Segundo dados oficiais, Angola exportou 83,6 milhões de barris de crude no segundo trimestre de 2025, gerando 5,6 mil milhões de dólares (cerca de 4,7 mil milhões de euros). O valor representa uma descida de 13,6 por cento em relação ao trimestre homólogo e de 12,5 por cento face ao trimestre anterior.

Apesar de continuar a ser o segundo maior produtor da África Subsaariana, atrás da Nigéria, com uma produção diária de cerca de um milhão de barris, o petróleo tem vindo a perder peso na economia angolana.

O relatório evidencia ainda uma tendência mista na indústria extractiva: a produção global cresceu 51,6 por cento em volume, mas o valor real caiu 35,8 por cento. No caso dos diamantes, as exportações aumentaram 75,6 por cento em volume, mas a forte queda de 45,6 por cento nos preços determinou uma redução de 4,5 por cento nos rendimentos.