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Golpe nos passaportes: Rede que vendia vistos falsos para o Brasil desmantelada em Luanda

Uma rede criminosa que operava em Luanda foi desmantelada pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), após ter emitido dezenas de vistos de viagem falsos para o Brasil, com um prejuízo já calculado em cerca de 36,4 milhões de kwanzas. A fraude veio à tona quando uma das vítimas, de 59 anos, foi barrada no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro ao tentar embarcar com um visto que, afinal, não passava de um engodo.

Registro autoral da fotografia

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O homem acabou detido e conduzido a uma esquadra, o que levou à abertura de uma investigação que culminou, dias depois, com a detenção de dois angolanos, de 38 e 40 anos, na comuna do Golfe, bairro Baquita Coche.

Com os suspeitos, a polícia encontrou um verdadeiro “arsenal do crime documental”: 49 passaportes nacionais, duas impressoras, dois cartões internacionais de vacinação, um computador portátil e 22 selos de visto — tudo material usado na falsificação dos documentos.

De acordo com o SIC, cada visto falso era vendido por 1,3 milhões de kwanzas. Os dois homens já terão lesado dezenas de cidadãos, mas, caso tivessem conseguido concluir o esquema com todos os 49 passaportes, o lucro ilícito poderia ultrapassar os 63 milhões de kwanzas.

Os falsários estão agora formalmente acusados de associação criminosa, falsificação de documentos e produção ilegal de vistos de viagem.

A polícia apela à vigilância dos cidadãos e alerta para que recorram apenas aos canais oficiais quando pretendem tratar de documentação internacional. O caso levanta mais uma vez a preocupação com redes organizadas que exploram sonhos de mobilidade e prosperidade para lucrar com a ingenuidade de cidadãos.