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Governo em alerta: sinistralidade rodoviária já é crise nacional

Angola vive uma verdadeira tragédia nas estradas. Todos os dias, em média, nove pessoas perdem a vida em acidentes rodoviários, um número que coloca o país perante uma crise de segurança nacional e saúde pública. Só em 2024, registaram-se pelo menos 3.120 mortes, revelaram as autoridades esta sexta-feira, em Luanda.

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O alerta foi lançado pelo ministro do Interior, Manuel Homem, durante a apresentação do Programa de Prevenção Rodoviária (PPRO) “Estradas Sem Mortes”. O governante classificou o fenómeno como “uma endemia do trânsito”, sublinhando que 70 por cento dos acidentes têm origem na negligência humana.

Excesso de velocidade, responsável por 41 por cento das colisões, condução sob efeito de álcool (9 por cento), uso irregular do telemóvel (7 por cento), mototaxistas sem capacete e peões que atravessam fora das passadeiras estão entre os principais fatores apontados. Soma-se ainda o mau estado técnico de veículos, a degradação das vias e a sinalização deficiente.

O novo programa do Executivo, com duração de um ano, pretende reduzir em 20 por cento as mortes e feridos, aumentar em 70 por cento a fiscalização das infrações e reforçar em 84 por cento o controlo de acidentes nas zonas urbanas. Para isso, serão usadas tecnologias como radares, alcoolímetros, videovigilância e balanças de controlo.

“Os acidentes rodoviários destroem famílias, travam o desenvolvimento económico e social e preocupam-nos enquanto governo e enquanto sociedade”, declarou Manuel Homem, acrescentando que o programa vai envolver escolas, igrejas, autoridades locais e outros parceiros.

O comandante-geral da Polícia Nacional, Francisco Ribas, garantiu, por sua vez, que a corporação terá uma atuação coordenada e com maior presença nas estradas, incluindo a capacitação integral dos agentes de trânsito e ordem pública.