0º C

17 : 00

IMPORTAÇÃO DE CARNE: Angolanos recebem restos e cortes de baixa qualidade do Brasil

A importação de carne bovina do Brasil para Angola aumentou significativamente, atingindo 9.700 toneladas em 2023, contra 7.230 toneladas em 2022, conforme revelou José Guilherme, adido agrícola da embaixada do Brasil, ao Jornal de Angola. O valor dessas transações cresceu de 24,6 milhões de dólares em 2022 para 30 milhões em 2023.

Registro autoral da fotografia

Há 6 meses
2 minutos de leitura

Apesar do aumento nas importações, os cidadãos angolanos expressam preocupação com a qualidade das carnes importadas, muitas vezes limitadas a cortes menos nobres como rabo de frango, carcaça e patinhas, o que levanta questões sobre os riscos à saúde associados ao consumo desses produtos.

Durante o encontro intitulado “Tecnologia e Gestão para a Produção Pecuária”, foi discutido o potencial de Angola para se tornar autossuficiente na produção de ração animal, através do incentivo à produção de grãos como milho e soja. Este desenvolvimento poderia reduzir a dependência de importações de carne e melhorar a qualidade do produto disponível no mercado interno.

José Guilherme destacou que programas de cooperação técnica estão em andamento, coordenados pelo Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF), envolvendo a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Agropecuária de Angola (AAPA), com o objetivo de aprimorar as tecnologias e a genética do gado bovino em Angola.

Carlos Paiva, presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Agropecuária e Pesca do Lombo (CAPPLO), mencionou que a falta de acesso ao crédito e as altas taxas de juros são obstáculos significativos para a aquisição de tecnologias modernas, necessárias para aumentar a produtividade no setor agropecuário.

Em visitas realizadas por empresários brasileiros a Angola, foi constatado o potencial de crescimento do setor de pecuária no país. No entanto, para que Angola possa competir de forma mais eficiente, é necessário aumentar o número de pecuaristas e expandir o rebanho bovino.

As autoridades angolanas estão sendo instadas a prestar mais atenção à qualidade das carnes importadas e a promover políticas que garantam uma oferta de produtos mais saudáveis e nutritivos para a população.