0º C

05 : 20

João Lourenço prepara visita à Rússia para reforçar parceria de «sangue e irmandade»

O Presidente da República, João Lourenço, deverá visitar a Federação Russa ainda este ano, no que será um forte sinal político de reaproximação entre Luanda e Moscovo. A informação foi avançada esta quinta-feira, 30, pelo embaixador russo em Angola, Vladimir Tararov, que garantiu que a visita já se encontra confirmada através dos canais diplomáticos, embora sem data revelada.

Registro autoral da fotografia

Há 4 dias
2 minutos de leitura

“Esperamos o Presidente João Lourenço na Rússia ainda em 2025. A visita está confirmada entre ambas as partes”, declarou o diplomata, à margem de uma conferência internacional em Luanda.

Tararov frisou que os laços entre os dois países ultrapassam meras conveniências políticas ou económicas. “A nossa cooperação baseia-se na irmandade. Deixámos o nosso sangue em solo angolano. Somos irmãos”, afirmou, em alusão ao apoio militar prestado pela então União Soviética durante a luta pela independência de Angola.

O embaixador descartou qualquer distanciamento entre Luanda e Moscovo e realçou que a relação bilateral continua sólida e dinâmica, com especial enfoque na formação militar, na agricultura, nas tecnologias e em outros sectores estratégicos. Segundo revelou, a Embaixada da Rússia em Angola foi recentemente reforçada com conselheiros dedicados a expandir a cooperação agrícola e económica.

No sector da defesa, Tararov sublinhou a forte presença de oficiais angolanos formados na Rússia, incluindo mais de 27 generais das Forças Armadas Angolanas. “Esses quadros dominam tecnologias e métodos de direcção militar russos. Essa cooperação existe, continuará a existir e tende a fortalecer-se”, sublinhou.

As declarações surgiram durante a Conferência Internacional sobre o Papel dos Países da Linha da Frente na Libertação Total da África Austral, organizada em Luanda pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.

Entre os oradores do evento estiveram nomes emblemáticos como o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano, o general angolano António dos Santos França “Ndalu” e o general cubano Leopoldo Cintra Frias figuras incontornáveis da luta de libertação na região.