Luanda palco do fórum regional de alto nível de mulheres da região dos Grandes Lagos
Luanda vai acolher um fórum regional de alto nível de mulheres da região dos Grandes Lagos. O evento, que segundo a União Africana será centrado no reforço da participação e da liderança das mulheres nos processos de paz e segurança na República Democrática do Congo (RDC) e na região dos Grandes Lagos, está agendado para esta Sexta-feira e Sábado.
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O fórum é uma iniciativa do Presidente da República, João Lourenço, na qualidade de facilitador do processo de paz de Luanda para a RDC, e está a ser facilitado pela União Africana, por meio do Gabinete do Enviado Especial para Mulheres, Paz e Segurança.
Em comunicado, a União Africana “reconhece que a participação e a liderança das mulheres devem ser consideradas um elemento primário na busca pela paz e segurança no continente” e, desse modo, “em reconhecimento à importância das mulheres como parceiras iguais na paz, segurança, governança e desenvolvimento sustentável, a União Africana, através do Gabinete do Enviado Especial para Mulheres, Paz e Segurança, está facilitando um Fórum Regional de Alto Nível de Mulheres da Região dos Grandes Lagos focado na crise em curso na República Democrática do Congo e na Região dos Grandes Lagos”.
Tendo como tema ‘Fortalecer a participação e a liderança das mulheres nos processos de paz e segurança na região dos Grandes Lagos’, o evento tem em vista “promover o diálogo e a colaboração”, bem como “alcançar uma implementação holística e eficaz da Agenda Mulheres, Paz e Segurança, integrando plenamente as perspectivas de género nas políticas e programas de paz e segurança na região”.
Segundo a entidade, a participação das mulheres “deve aumentar, não apenas o número, mas a qualidade das contribuições para a paz e a segurança na região dos Grandes Lagos”, considerando que a situação de segurança naquela região “teve efeitos devastadores sobre mulheres e meninas”.
Desse modo, adianta a União Africana, os delegados do evento vão fazer uma avaliação da “contribuição das mulheres para as iniciativas de criação da paz”, vão identificar “lacunas e oportunidades para a participação significativa das mulheres”, desenvolver “estratégias para melhorar o envolvimento e a liderança das mulheres nas iniciativas regionais de paz em andamento”, bem como identificar “maneiras pelas quais as mulheres podem apoiar o processo de paz de Luanda”, com as discussões a concentrarem-se na paz, segurança e situação humanitária na “República Democrática do Congo Oriental e seu impacto sobre as mulheres, e a participação das mulheres nos processos de paz e segurança”.
Os resultados deste fórum de dois dias vão ser cruciais para indicar “caminhos para aprimorar uma abordagem sistemática, holística e coesa às questões de género em todas as situações de segurança”.
“A Agenda Mulheres, Paz e Segurança apresenta uma abordagem abrangente para a integração de género na paz e na segurança para garantir a participação das mulheres na prevenção e resolução de conflitos, construção da paz e reconstrução pós-conflito”, bem como “também preserva os direitos das mulheres em situações de conflito e promove sua participação na prevenção de conflitos e nos esforços de construção da paz”.
Citada no comunicado, Bineta Diop, enviada especial do presidente da Comissão da Mulher, Paz e Segurança da União Africana, destacou o compromisso da entidade continental em assegurar que as “vozes das mulheres sejam ouvidas claramente e levadas em consideração na prevenção de conflitos e na construção da paz”.
“A Agenda das Mulheres, Paz e Segurança é uma abordagem de integração de género destinada a promover a inclusão das mulheres como participantes activas na manutenção da paz e na garantia de sua protecção e integração das perspectivas de género na agenda de paz e segurança nos níveis nacional, regional e continental”, acrescentou.
Segundo a União Africana, o evento vai juntar delegados de 12 Estados Membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (ICGLR), “incluindo chefes de Estado e de Governo, Ministros de Género ou seus representantes, membros da Rede de Mulheres Líderes Africanas (líderes do pilar do WPS), membros da FemWise Africa, Conselho Consultivo da WPS (Mulheres, Paz e Segurança), representantes do Mecanismo Regional de Supervisão da Segurança da Paz, Comunidades Económicas Regionais, especialmente a Comunidade da África Oriental (EAC) e a Sociedade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), representantes de agências do sistema das Nações Unidas, chefes de Missões Diplomáticas, representantes de instituições religiosas e académicos, entre outros”.
A União Africana relembra ainda que no 3.º Fórum Africano de Alto Nível sobre Mulheres, Paz e Segurança (WPS), que se realizou em Dezembro do ano passado, foi recomendada uma “maior atenção às crises” na RDC, bem como e na região dos Grandes Lagos, e também foi pedido ao enviado especial da União Africana sobre Mulheres, Paz e Segurança “que apoiasse iniciativas destinadas a promover o papel das mulheres nas iniciativas regionais de construção da paz”.
VA
PONTUAL, fonte credível de informação.
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