Manifestantes denunciam cumplicidade de Portugal com regime angolano
Lisboa e Londres foram palco, esta sexta-feira, de protestos promovidos por membros da diáspora angolana, que apelaram ao respeito pelos direitos humanos e responsabilização do Governo de Angola pelos recentes episódios de violência no país. As manifestações ocorreram em frente ao Consulado-Geral de Angola, em Lisboa, e à Embaixada em Londres, e contaram com cerca de 50 e 30 participantes, respectivamente.

Registro autoral da fotografia
Em Lisboa, o protesto teve início por volta das 9h00 e prolongou-se pela tarde, com dezenas de manifestantes a empunharem cartazes com imagens de vítimas da violência policial, como Silvi Mubiala, mortalmente baleada em Viana, bem como de activistas detidos, exigindo a sua libertação.
As palavras de ordem denunciavam a repressão e clamavam por justiça: “É inadmissível um país como Angola ter tantas mortes!” e “O angolano tem de deixar de ser medroso”, gritavam, através de um megafone, alguns dos presentes.
A manifestação levou ao encerramento do consulado, o que deixou vários cidadãos com marcações pendentes sem atendimento. Uma utente que preferiu manter o anonimato lamentou a falta de aviso por parte da entidade diplomática.
Em Londres, a embaixada também optou por não abrir as portas no dia da manifestação. A responsável pelo protesto na capital britânica, que igualmente pediu anonimato, justificou a fraca adesão com o facto de o protesto ter decorrido em dia útil: “As pessoas não podem abdicar do seu salário, por mais que queiram lutar.”
Entre os manifestantes em Lisboa, ouviram-se críticas tanto ao regime angolano como ao alegado silêncio cúmplice do Governo português. O activista António Tonga denunciou as desigualdades sociais em Angola, apontando a existência de uma elite que, segundo disse, vive em luxo enquanto a maioria da população enfrenta a pobreza extrema.
“Se Portugal convive naturalmente com uma ditadura, então Portugal não é um regime democrático”, afirmou, numa crítica directa à postura do executivo português.
Jorge Cândido, defensor dos direitos humanos e amigo de Osvaldo Kaholo, activista detido, descreveu o regime angolano como uma ditadura e disse não acreditar em mudanças com as eleições previstas para 2027. “As ditaduras também promovem falsas eleições”, afirmou, acusando a oposição de colaborar com o MPLA.
A jovem Marinela Marques partilhou um sentimento de desilusão generalizado. Embora defenda a alternância política, rejeitou que a UNITA seja a alternativa, apelando antes à criação de uma nova força política representativa dos jovens angolanos.
Por sua vez, Márcia Branco, militante da UNITA residente no Reino Unido, sublinhou que a luta transcende as cores partidárias. “Esta já não é uma causa da UNITA, é uma causa colectiva do povo angolano.”
Os protestos da diáspora surgem na sequência de uma vaga de tumultos registada em várias províncias de Angola, sobretudo em Luanda, entre 28 e 30 de Julho, após a paralisação dos serviços de táxi. Segundo as autoridades, os confrontos resultaram em 30 mortos, mais de 200 feridos e cerca de 1500 detenções.
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