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Ministro admite corrupção no órgão que dirige

O Ministério do Interior confirmou a demissão de 68 efectivos este ano por práticas de má conduta, enquanto outros 160 agentes enfrentam processos disciplinares relacionados com má actuação e suspeitas de corrupção. A revelação foi feita esta Sexta-feira pelo ministro Manuel Homem, em declarações à Rádio Nacional de Angola.

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Segundo o governante, os casos abrangem vários órgãos do ministério e refletem a necessidade de “inverter a imagem negativa que se gerou no sector, sobretudo no Serviço de Migração e Estrangeiros (SME)”. Manuel Homem reconheceu que a situação não dignifica o país e garantiu que há um compromisso institucional para combater os desvios e reforçar a confiança dos cidadãos.

O SME tem estado no centro de denúncias sobre esquemas de venda ilegal de passaportes. O ministro confirmou que o organismo acumula mais de 120 mil pedidos pendentes de passaportes e anunciou medidas de modernização para acelerar os processos. Entre elas destaca-se a introdução iminente do passaporte electrónico, que promete maior segurança e eficiência.

Enquanto o novo sistema não entra em vigor, foram adquiridas 170 mil cédulas para reforçar a emissão dos passaportes actuais, das quais 60 mil chegaram já esta semana. A meta, segundo o governante, é regularizar todos os pedidos até ao final do ano.

O ministério revelou ainda que 11 mil passaportes emitidos entre 2020 e 2024 continuam por levantar, aguardando os seus requerentes.

Com mais de 250 mil efectivos sob tutela, o Ministério do Interior assume um peso central na manutenção da ordem pública, abrangendo a Polícia Nacional, o Serviço de Investigação Criminal, o Serviço Penitenciário, os Bombeiros e o próprio SME. O combate à corrupção e a modernização do sistema migratório surgem agora como os maiores desafios de Manuel Homem.