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Não há paz em Cabinda-Líder do Fórum Cabindês denuncia tempos difíceis na terra do Mayombe

O presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), António Bento Bembe, acusou o Governo de Angola de não cumprir o memorando de entendimento assinado em 2006, que visava garantir a paz e desenvolvimento na província de Cabinda. Segundo Bembe, “a guerra parou, mas não há paz”, destacando que as promessas contidas no acordo ainda não foram implementadas de forma satisfatória.

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Em declarações à Agência Lusa, Bento Bembe revelou que se reuniu com o ex-Presidente José Eduardo dos Santos e, mais recentemente, com o atual chefe de Estado, João Lourenço, na tentativa de pressionar pela aplicação do acordo. No entanto, lamenta que “as coisas não avançam”, e alertou para as possíveis consequências do abandono do processo para a paz em Cabinda.

Assinado a 1 de Agosto de 2006, o memorando de entendimento previa a integração de ex-guerrilheiros da FLEC em várias instituições estatais e a concessão de um estatuto especial para Cabinda, dada a sua posição geográfica e importância económica. Contudo, segundo Bembe, apenas a cláusula de integração foi cumprida, enquanto o estatuto especial para a província, essencial para o seu desenvolvimento, continua sem avanços.

O líder do FCD expressou preocupação com a degradação ambiental e socioeconómica da província. Cabinda, dependente de energia térmica, enfrenta problemas de poluição e decréscimo da biodiversidade, afetando setores como a agricultura e a pesca. A situação, segundo Bembe, reflete a falta de comprometimento do Governo em promover melhorias reais na província.

Criticando a “má-fé” do Governo, Bembe considera que o MPLA ignora as necessidades de Cabinda e teme que o partido no poder só atue em benefício dos seus próprios interesses. Ele defende que o cumprimento do memorando fortaleceria a integração de Cabinda em Angola sem prejudicar a unidade nacional.

Com estas declarações, o Fórum Cabindês para o Diálogo reafirma o seu compromisso em continuar a luta pelo cumprimento do acordo e pela melhoria das condições de vida em Cabinda, alertando que a paz genuína só será possível com ações concretas do Governo.

PONTUAL, fonte credível de informação.