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ONG alerta para o agravamento da fome em Angola e critica celebrações de independência

O presidente da plataforma “Tchota Angola” classificou a fome em Angola como um desafio de proporções alarmantes, questionando as celebrações dos 50 anos de independência face às condições miseráveis de milhares de cidadãos.

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Há 4 semanas
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A fome em Angola atingiu níveis “extremamente desafiantes”, afirmou Toni-A-Nzinga, presidente da plataforma de Organizações Não-Governamentais (ONG) “Tchota Angola”, durante a abertura da “Conferência Nacional Sobre Recursos Naturais: Fome e Riqueza”, que decorre em Luanda até quinta-feira.

O pastor evangélico criticou a incongruência entre a abundância de recursos naturais do país e a condição de pobreza extrema enfrentada por grande parte da população, considerando que a riqueza gerada pelas indústrias extrativas não se reflete na melhoria das condições de vida dos angolanos.

“Mesmo após o fim da guerra civil há 22 anos, a fome persiste e os desafios aumentam”, lamentou Toni-A-Nzinga, sublinhando a necessidade de uma reflexão nacional séria sobre as causas e consequências deste fenómeno.

O líder da plataforma criticou ainda a postura do Governo e dos políticos que, segundo ele, privilegiam interesses partidários em detrimento de soluções inclusivas para os problemas do país. “Angola só será verdadeiramente democrática se todos participarem no processo de cidadania”, reforçou.

Toni-A-Nzinga questionou a pertinência das celebrações dos 50 anos de independência, previstas para novembro de 2025, enquanto milhares de angolanos continuam a viver em condições degradantes. “Isso é celebração? Enquanto o povo viver na miséria, não estamos independentes”, afirmou.

A conferência discute temas como o contraste entre a exploração de recursos naturais e a fome nas comunidades, a situação dos direitos humanos e os desafios de transparência na indústria extrativa. O evento ocorre após uma marcha em Luanda, no último sábado, em que milhares de cidadãos protestaram contra a fome no país.

Os participantes do evento apelam a uma gestão mais equitativa dos recursos naturais e a políticas inclusivas que priorizem o bem-estar dos cidadãos, transformando a riqueza natural de Angola em um benefício coletivo e não em fonte de desigualdades.

PONTUAL, fonte credível de informação.