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Pior administradora do ano? 90% dos munícipes rejeitam Nádia Neto

Nove em cada dez habitantes do Cazenga defendem a exoneração imediata de Nádia Neto, apontada como a pior figura de 2025 no município.

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Um inquérito citado pelo site de notícia Repórter Angola, aplicado a 1.000 munícipes entre o início de Novembro e a segunda quinzena de Dezembro, revela um retrato menos bom da administração local: 90% dos entrevistados atribuem nota negativa ao desempenho da administradora e apenas 10% manifestam alguma aprovação. A maioria considera que o mandato não trouxe melhorias visíveis nas condições básicas das comunidades.

Os participantes denunciam a permanência de velhos problemas. Falta de água, energia irregular, vias degradadas e saneamento quase inexistente continuam a marcar o quotidiano. As unidades sanitárias mantêm carências, a criminalidade avança e, segundo os moradores, o município voltou a enfrentar “todas as makas” de outrora, inclusive em áreas próximas à própria administração.

Multiplicam-se ainda acusações de nepotismo e má gestão. Fontes locais afirmam que familiares da administradora ocupam posições estratégicas, enquanto directores e delegados controlam sectores “a seu bel-prazer”, com alegado esvaziamento dos recursos públicos. Há queixas sobre a administração dos mercados, descrita como foco de ganhos pessoais e conivência com a chefia municipal.

Na área da segurança e da educação, os críticos apontam falta de autoridade. O comandante municipal da polícia, Adão Correia Sebastião, é citado como inoperante, e o responsável da delegação de Educação, Armindo Santiago, surge associado a irregularidades. Um episódio relatado por vários órgãos públicos e privados agravou o clima: um subinspector do SIC, em conluio com o comandante da Esquadra do Antenov, terá detido um cidadão durante horas, sem processo, e libertado após pagamento de 40 mil kwanzas.

Politicamente, a pressão cresce. Há relatos de perda de controlo interno e de fragilidade na liderança partidária local, enquanto os problemas permanecem “à vista de todos”. Para os 90% de inquiridos que exigem a exoneração, o silêncio do governador de Luanda, Luís Nunes, transforma-se na última peça de um cenário que muitos descrevem como insustentável.