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Sociedade Civil exige acção imediata da UA e UE para garantir paz e prosperidade

A sociedade civil africana e europeia lançou, esta segunda-feira, um alerta contundente aos líderes da União Africana (UA) e da União Europeia (UE), exigindo decisões firmes e urgentes para travar a escalada de conflitos, reforçar a governação e impulsionar o desenvolvimento inclusivo. O apelo surge no âmbito da cimeira que decorre em Luanda e concentra atenções sobre o futuro da parceria entre os dois continentes.

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Mais de 200 organizações da juventude e da sociedade civil, reunidas na capital angolana à margem da 7.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo UA-UE, pediram que a liderança política coloque as pessoas no centro das decisões, defendendo avanços claros nos pilares da cooperação: Paz, Segurança e Governação, Prosperidade, Direitos Sociais e Multilateralismo.

Num documento conjunto, os representantes sublinharam a urgência de acções concretas ao nível local, capazes de estimular um desenvolvimento económico e social inclusivo e de criar ambientes mais seguros. Entre as recomendações, destacaram o reforço dos planos nacionais de paz e segurança, o cumprimento das normas internacionais de boa governação, a defesa dos direitos humanos e a estabilidade política.

As organizações solicitaram ainda a capacitação efectiva dos jovens — incluindo a adopção de quotas —, a abordagem das causas profundas dos conflitos, a prevenção da violência sexual e a integração de ferramentas de paz digital, com maior atenção à cibersegurança, à literacia digital e ao combate à desinformação, bem como ao uso ético da inteligência artificial.

A declaração também propôs a simplificação dos regimes de vistos, a criação de uma “janela de mobilidade UA-UE” para jovens, o investimento em educação inclusiva, a adaptação às alterações climáticas, a gestão sustentável dos recursos naturais e o apoio à agroecologia. Entre as exigências, incluem-se igualmente a modernização dos transportes africanos e a criação de um mecanismo permanente UA-UE que assegure estatuto consultivo à juventude e à sociedade civil.

A cimeira, copresidida por João Lourenço e António Costa, decorre em Luanda até terça-feira, reunindo altos responsáveis das duas organizações para procurar consensos em torno do lema “promover a paz e a prosperidade através de um multilateralismo eficaz”. A UE integra 27 Estados-membros e a UA 55 países, entre os quais Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.