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Tragédia em Cabinda: Três europeus mortos em confronto violento entre separatistas e tropas angolanas

Explosões ao amanhecer. Tiros cruzados. Mortes confirmadas?

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Há 7 horas
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Um «situação de guerra» varreu esta quinta-feira, 15 de Maio, a aldeia de Mbamba-Kibuendi, na província de Cabinda, onde intensos combates entre forças separatistas e o exército angolano terão resultado na morte de três cidadãos europeus e de 18 militares das Forças Armadas Angolanas (FAA).

A revelação foi feita pelo Estado-Maior das Forças Armadas Cabindesas (FAC), braço militar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), citado pela Lusa, que acusa Luanda de ignorar os sinais de alarme num território que, segundo os independentistas, “vive uma guerra aberta”.

O confronto, que terá durado mais de duas horas, entre as 04h20 e as 06h30, envolveu o uso de armamento pesado e deixou ainda sete civis feridos, de acordo com um comunicado remetido pela mesma agência de notícia. Os corpos dos europeus, cuja nacionalidade ainda não foi confirmada, terão sido recolhidos pelas FAA.

A situação no terreno continua instável. Segundo o porta-voz da FLEC-FAC, Jean Claude Nzita, ainda decorrem escaramuças na região de Belize, levando dezenas de moradores a fugirem para a vizinha República Democrática do Congo, deixando para trás casas e pertences.

Em tom acusatório, os líderes da FLEC culpam o Governo angolano por “irresponsabilidade e negligência”, afirmando que a escalada da violência em Cabinda está a pôr em risco vidas inocentes, incluindo estrangeiros.

A organização exige uma intervenção da comunidade internacional, alertando para aquilo que classifica como um “conflito armado silenciado”. A nota é assinada pelo tenente-general José Maria da Fonseca Che Guevara, comandante adjunto das FAC.

Recorde-se que a FLEC-FAC reivindica há décadas a independência de Cabinda, baseando-se no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, que estabelecia a região como um protectorado português separado de Angola. Hoje, Cabinda é um dos principais pólos petrolíferos do país e também um dos seus territórios mais sensíveis.

Até ao momento, não houve reacção oficial por parte do Ministério da Defesa Nacional.