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Trump e Putin reúnem-se no Alasca

Donald Trump e Vladimir Putin encontram-se esta sexta-feira, 15, no Alasca, num momento que poderá marcar um ponto de viragem na política internacional e redefinir as alianças estratégicas para os próximos anos.

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A localização não foi escolhida ao acaso: território norte-americano com passado russo e fronteira directa para o Ártico, a região é hoje um dos palcos mais sensíveis da competição global pelo controlo de rotas marítimas e recursos naturais.

Putin chega ao encontro com a intenção de consolidar posições no conflito da Ucrânia, impedir a adesão de Kiev à NATO e reafirmar o papel da Rússia como actor central nas negociações de segurança internacional. Trump, por seu lado, procura apresentar-se como mediador capaz de alcançar resultados onde a administração Biden falhou, evitando, contudo, transmitir sinais de cedência ao Kremlin.

Especialistas alertam para os riscos de um entendimento rápido que possa enfraquecer a coesão atlântica. Um eventual cessar-fogo sem garantias sólidas poderá cristalizar ganhos territoriais obtidos pela força, criando um precedente perigoso para outros conflitos. A possível reactivação do diálogo sobre o tratado de controlo nuclear New START, embora relevante, não deverá traduzir-se em mudanças substanciais na política de dissuasão.

No plano económico, uma flexibilização das sanções em troca de compromissos limitados poderia baixar o preço do petróleo a curto prazo, mas corroeria a capacidade de pressão do Ocidente. A médio prazo, analistas preveem um possível realinhamento das alianças, com a Europa relegada para um papel secundário nas decisões estratégicas.

O encontro no Alasca, embora carregado de simbolismo, pode resultar num degelo diplomático de curto alcance ou, pelo contrário, num prolongado inverno geopolítico, dependendo das concessões e compromissos assumidos pelas partes.