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Von der Leyen garante que Lobito reforçará segurança económica da União Europeia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, colocou o corredor do Lobito, em Angola, no centro da nova visão estratégica da União Europeia (UE), classificando-o como um projecto determinante para o futuro do continente africano e para a segurança económica da Europa.

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Intervindo esta terça-feira, em Bruxelas, na conferência internacional “Um ano após o Relatório Draghi”, a líder do executivo comunitário sublinhou que o eixo ferroviário angolano, que liga o Atlântico ao cinturão do cobre africano, será integrado numa rede de projectos estratégicos mundiais que Bruxelas quer dinamizar.

“Outras potências limitam-se à extracção, mas nós apostamos na criação de indústrias locais e cadeias de valor. É assim que reforçamos a nossa segurança”, afirmou, deixando claro que a UE pretende diferenciar-se da concorrência global, sobretudo da China e dos Estados Unidos.

Von der Leyen aproveitou a ocasião para denunciar os “obstáculos” que travam a inovação europeia, da inteligência artificial às matérias-primas críticas. Destacou, a título de exemplo, a exploração de lítio em Portugal, que, segundo disse, deverá contar com apoio financeiro e licenças céleres.

A presidente da Comissão Europeia alertou ainda que as barreiras internas da UE equivalem a tarifas de 45% sobre bens e 110% sobre serviços, o que trava a competitividade. “O mercado único está longe de estar completo”, admitiu.

Quanto à energia, anunciou novos investimentos em interligações eléctricas e autoestradas energéticas, para acabar com os estrangulamentos que afectam países como Portugal e Espanha.

No plano externo, Von der Leyen garantiu “vontade política” para fechar um acordo comercial com a Índia até ao final do ano e avançar com novas parcerias com a África do Sul, Malásia e Emirados Árabes Unidos.

A dirigente europeia defendeu ainda que a Europa precisa de maior independência em matéria de defesa, embora tenha reconhecido que essa ambição não se concretizará de imediato.

O debate decorreu um ano após o relatório de Mario Draghi, que já tinha alertado para a necessidade de investimentos anuais de 800 mil milhões de euros para que a UE se mantenha competitiva face aos gigantes mundiais. Contudo, de acordo com dados recentes do Conselho Europeu para a Inovação Política, apenas 11,2% das recomendações do relatório foram cumpridas até agora.