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250 ataques por dia: Hackers pressionam sistema financeiro do BNA

O Banco de Portugal defendeu esta terça-feira, em Luanda, que há margem para expandir a cooperação com o Banco Nacional de Angola (BNA), num momento em que os sistemas financeiros enfrentam um inimigo cada vez mais agressivo: os ciberataques.

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Há 2 semanas
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António Pedro Nunes, director-adjunto do departamento de supervisão prudencial do regulador português, elogiou os avanços registados pela banca angolana e destacou que a transformação digital impõe novos desafios de segurança que só podem ser enfrentados com rigor e vigilância permanente.

“Há campo para reforçar contactos bilaterais. Todos podemos aprender uns com os outros, apesar das diferenças de contexto”, declarou o responsável, à margem do IX Encontro de Supervisão Bancária dos Bancos Centrais dos Países de Língua Portuguesa (BCPLP), centrado no tema da cibersegurança.

O alerta não é teórico. O próprio governador do BNA, Tiago Dias, revelou que o banco central angolano enfrenta, em média, 250 tentativas de ataque cibernético por dia. Em 2023, esse número chegava às 350.

O vice-governador Domingos Pedro admitiu que os “hackers” têm multiplicado ofensivas contra instituições financeiras, justificando a urgência de partilha de experiências dentro da comunidade lusófona. “Estamos a finalizar um quadro abrangente sobre cibersegurança que será divulgado em breve”, anunciou.

Entre as medidas em curso, o BNA tem exigido que cada banco reforce os seus mecanismos internos e partilhe boas práticas com as restantes instituições. O objectivo é blindar o sistema financeiro contra vulnerabilidades exploradas a partir de qualquer ponto do globo.

Nos últimos anos, Angola acelerou a adopção de reformas alinhadas às boas práticas internacionais, numa tentativa de elevar a confiança dos investidores e clientes. Mas os especialistas alertam: no tabuleiro da cibersegurança, não há vitórias definitivas, apenas batalhas diárias.