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Angola prepara-se para inaugurar a primeira mina subterrânea de cobre

Angola está prestes a dar um passo histórico no sector mineiro com a inauguração da primeira mina subterrânea de cobre do país, localizada na província do Uíge, anunciou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, esta quarta-feira, durante a abertura da Conferência Internacional de Minas de Angola 2025 (AIMC), em Luanda.

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O governante adiantou que a Mina do Tetelo entrará em funcionamento nos próximos dias, assinalando um momento de viragem para a indústria extractiva nacional e reforçando o papel de Angola na transição energética mundial, dado o crescente valor estratégico do cobre.

“Trata-se de um acontecimento que nos enche de orgulho e que marca a entrada do país na produção subterrânea de um metal crucial para o futuro energético global”, declarou o ministro.

Diamantino Azevedo revelou ainda que o Executivo vai inaugurar, em breve, a primeira refinaria de ouro do país, um projecto a cargo da Endiama, destinado a acrescentar valor às matérias-primas nacionais, nomeadamente diamantes, ouro e pedras semipreciosas.

Além do cobre e do ouro, o ministro destacou o esforço do Governo em impulsionar a cadeia de valor de pedras preciosas e metais nobres, com o objectivo de lançar a indústria nacional de joalharia e transformar Angola num centro de lapidação e produção de joias.

Outro ponto de destaque foi o fim da exportação de quartzo em bruto. Segundo o ministro, o país já produz silício metálico internamente, e, nos próximos cinco anos, prevê-se o início da produção de policíclico, um passo decisivo rumo à criação de uma indústria de equipamentos fotovoltaicos em território nacional.

Azevedo recordou que a aprovação, em 2020, de um novo modelo de governação do sector mineiro gerou uma mudança estrutural profunda, ao separar as funções políticas e reguladoras das operacionais, reduzindo a presença directa do Estado e abrindo o caminho à iniciativa privada.

No subsector dos diamantes, o ministro anunciou que, em 2024, Angola atingiu o recorde de 14 milhões de quilates de diamantes brutos, apesar da queda dos preços no mercado internacional. O país conta já com nove fábricas de lapidação, concentradas sobretudo no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, e o objectivo é aumentar a percentagem de diamantes lapidados localmente.

O governante revelou ainda que a multinacional De Beers identificou cerca de 20 alvos kimberlíticos promissores na Lunda Norte, enquanto a Rio Tinto avança com o desenvolvimento do kimberlito Chiri, cuja exploração deverá iniciar-se dentro de dois anos.

Para além dos minerais de alto valor, o ministro destacou a relevância dos agro-minerais, essenciais à segurança alimentar nacional, sublinhando a construção de uma fábrica de fosfatos granulado em Cabinda.

“Estamos a trabalhar para que Angola deixe de ser apenas exportadora de matéria-prima e passe a ser produtora de valor”, rematou Diamantino Azevedo.