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Angola será o primeiro país africano a explorar nióbio

A província da Huíla prepara-se para entrar na história da indústria mineira africana. A multinacional chinesa Niobonga anunciou um investimento de 150 milhões de dólares para explorar nióbio em Quilengues, transformando Angola no primeiro país do continente a produzir este mineral estratégico, essencial para a indústria espacial e de alta tecnologia.

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Há 1 semana
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O projecto, instalado na aldeia de Bonga, prevê uma produção anual de 8 mil toneladas de ferronióbio e 150 mil toneladas de ácido sulfúrico, colocando o país na rota mundial dos grandes produtores. A exploração deverá arrancar ainda este ano, após a conclusão do processo de realojamento de mais de 400 famílias, que receberam compensações de dois milhões de kwanzas cada.

Segundo o administrador municipal de Quilengues, Adriano Alberto Pedro, a iniciativa tem potencial para criar centenas de empregos directos e indirectos, além de dinamizar sectores como comércio, serviços e transporte. “O município está prestes a tornar-se uma centralidade económica de relevo para a Huíla e para Angola”, sublinhou.

As prospecções iniciais já permitiram extrair 40 mil toneladas de nióbio, confirmando a elevada qualidade do minério. A concessão, que abrange 400 quilómetros quadrados nas serras da Bonga e da Chivila, tem validade de 22 anos, renováveis até 40. Além do nióbio, a região apresenta igualmente potencial para a exploração de fosfato e ferro.

O Estado angolano espera que o projecto não só aumente as receitas fiscais como projete Angola no cenário internacional da mineração de alta tecnologia, num mercado até agora dominado por países como o Brasil e o Canadá.