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Crise do Brent reduz ganhos petrolíferos de Angola para 6,2 mil milhões de dólares

Queda do preço do Brent e instabilidade geopolítica afectaram exportações no terceiro trimestre, que renderam 6,2 mil milhões de dólares ao país.

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Angola arrecadou 6,2 mil milhões de dólares com a exportação de petróleo bruto no terceiro trimestre de 2025, um valor 22,24% inferior ao registado no mesmo período do ano anterior, anunciou esta quinta-feira o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.

Os dados oficiais indicam que o país exportou cerca de 91 milhões de barris, correspondendo a uma queda de 10,9% face a 2024. Apesar da descida anual, o Governo destaca uma recuperação trimestral, com aumento de 7,19% no volume exportado e 9,25% no valor arrecadado em relação ao segundo trimestre deste ano.

O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, reconheceu que o sector atravessa um período desafiante, marcado pela volatilidade do preço do Brent, que apresentou uma tendência de queda entre Julho e Setembro, com um preço médio de 69 dólares por barril.

“Infelizmente, tivemos uma tendência de queda do preço, mas, no geral, as coisas têm avançado”, declarou o governante, acrescentando que o baixo preço do crude poderá ter impacto nas receitas anuais, embora mantenha expectativas de “melhorias num mercado mais estável”.

Barroso lembrou que o mercado global do petróleo continua sensível aos conflitos na Ucrânia e em Gaza, bem como às decisões da OPEP+, que recentemente aumentou os níveis de produção. Segundo o responsável, “a oferta é hoje maior do que a procura”, mas a evolução dependerá da estabilidade política internacional.

Mesmo com as pressões externas, Angola mantém-se firme na meta de produzir em média mais de um milhão de barris por dia, apesar da maturidade dos campos petrolíferos e da consequente redução natural da produção. O governante sublinhou que o Executivo tem lançado novos projectos de exploração para compensar as perdas e garantir estabilidade até 2027/2030.

“Nem sempre conseguimos repor o mesmo volume perdido, mas o objectivo é mantermos a produção acima de um milhão de barris diários”, explicou Barroso.

Em Setembro, o país registou o menor volume de exportações do trimestre, 28,5 milhões de barris, avaliados em 1,9 mil milhões de dólares.

A China manteve-se como principal destino do petróleo angolano (59,6%), seguida da Índia (8,6%), Indonésia (7,6%) e Espanha (4,1%).

No segmento do gás natural, Angola exportou 1,6 milhões de toneladas métricas, das quais 88,6% correspondem a Gás Natural Liquefeito (LNG), totalizando 900,7 milhões de dólares, maioritariamente destinados ao mercado asiático.