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Angola proclama liberdade de imprensa em Genebra: Nuno Caldas diz que não há detenções nem perseguições a jornalistas

Angola defendeu, em Genebra, o seu progresso no campo dos direitos humanos, destacando a ausência de perseguições ou detenções de jornalistas. Porém, observadores internacionais denunciam um cenário de restrições que contradiz as declarações oficiais.

Registro autoral da fotografia

Há 2 meses
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 O secretário de Estado da Comunicação Social, Nuno Caldas, garantiu que Angola tem uma postura aberta ao diálogo e que a liberdade de imprensa está constitucionalmente protegida. Segundo ele, não há registo de jornalistas detidos, perseguidos ou mortos no exercício da profissão, e o país tem fortalecido o sector dos media, com mais de 3.275 jornalistas registados e um crescimento nos meios de comunicação desde 2017.

Além disso, Caldas destacou que 838 manifestações ocorreram entre 2018 e 2024, supostamente sem interferências repressivas, e que agentes policiais são responsabilizados em casos de uso excessivo da força.

Contradições à vista Apesar do discurso oficial, organizações como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch têm alertado para restrições à liberdade de expressão e actos de intimidação a jornalistas e activistas. Angola subiu no ranking de liberdade de imprensa da Repórteres Sem Fronteiras, mas críticos apontam que a censura e a autocensura ainda são práticas recorrentes no país.

Corrupção e justiça em foco

Na mesma sessão, o ministro da Justiça detalhou o combate à corrupção, informando que, entre 2017 e 2022, foram instaurados mais de 2.500 processos-crime por peculato, branqueamento de capitais e outros crimes económicos, com 474 casos levados a julgamento e apenas 40 condenações confirmadas.

Uma realidade divergente

Embora Angola tente projectar uma imagem de compromisso com os direitos humanos, os dados apresentados são frequentemente questionados, realçando o contraste entre o discurso oficial e as preocupações de organizações internacionais e da sociedade civil sobre a liberdade de expressão e o combate à corrupção. O debate permanece aceso, evidenciando os desafios do país em alinhar a narrativa oficial com as práticas no terreno.

PONTUAL, fonte credível de informação.