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Camarões: principal líder da oposição morre após confisco de equipamentos médicos

O principal opositor de Paul Biya nas últimas eleições camaronesas, Anicet Ekane, morreu esta segunda-feira, numa prisão de Douala, num desfecho que está a gerar forte indignação política e novas dúvidas sobre as condições de detenção no país.

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Há 13 horas
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Detido desde 24 de Outubro, no rescaldo da repressão aos protestos pós-eleitorais, Ekane enfrentava acusações de ter apoiado Issa Tshiroma, o candidato que se proclamou vencedor da eleição presidencial. A sua morte foi confirmada pelo advogado, que exige explicações imediatas sobre as circunstâncias em que ocorreu.

O seu partido, o Movimento Africano pela Nova Independência e Democracia (Manidem), já havia denunciado, em 21 de Novembro, que a polícia confiscara equipamentos médicos essenciais ao líder político, incluindo um concentrador de oxigénio que, segundo a formação, ficou retido no veículo apreendido durante a sua detenção.

A direcção do Manidem classificou o acto como uma ameaça grave à saúde de Ekane e acusou as autoridades de negligência deliberada, sublinhando que o opositor necessitava de acompanhamento clínico regular.

Anicet Ekane era uma das vozes mais influentes da esquerda camaronesa e uma figura de referência na resistência ao longo mandato de Paul Biya, no poder há mais de quatro décadas. A sua morte promete inflamar ainda mais o ambiente político num país já marcado por tensão e contestação.