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CEAST defende que redução da ajuda externa pode impulsionar autonomia africana

A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) considera que a diminuição da ajuda internacional ao desenvolvimento deve ser vista como uma oportunidade para África reforçar a sua autonomia, apostar nos seus recursos internos e consolidar estruturas de Estado de Direito.

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O presidente da CEAST, arcebispo José Manuel Imbamba, afirmou em Lisboa, no encerramento do XVI Encontro de Bispos dos Países Lusófonos, que a quebra do apoio externo reflecte “uma sociedade global mais egoísta e nacionalista”, mas pode servir de incentivo para que os países africanos reduzam a dependência crónica da ajuda.

“Por vezes, esquecemo-nos do trabalho que nos compete realizar internamente e instalamo-nos na eterna dependência. É fundamental que sejamos nós a provocar o desenvolvimento que nos cabe”, declarou o arcebispo de Saurimo.

Reconhecendo que muitas instituições africanas permanecem frágeis e excessivamente politizadas, José Manuel Imbamba sublinhou a necessidade de consolidar a cultura republicana e o respeito pelas regras democráticas. “É um processo em curso, que exige tanto a consciência dos cidadãos como a responsabilidade dos governantes em colocar as instituições ao serviço da cidadania”, acrescentou.

Sobre Angola, destacou a existência de um diálogo “fluído” entre Igreja e Estado, salientando que a missão da hierarquia católica é fazer chegar às instâncias governativas “a voz dos mais débeis”, com o objectivo de promover justiça social, dignidade humana e bem comum.

“A nossa interpelação é constante: queremos instituições a funcionar sem sobressaltos e um Estado democrático que se afirme como tal”, concluiu.